Os pais dos meninos, atualmente com três anos, que foram trocados em hospital de Goiás após o nascimento, não puderam acompanhar o parto devido as restrições estabelecidas durante a pandemia de Covid-19.
Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, em horários próximos, um às 7h35 e outro às 7h49, ambos de parto cesária e por equipes médicas diferentes.
De acordo com as famílias, as mãe não tiveram acompanhamento durante o parto e só se lembram de ver os filhos no quarto, após passar o efeito da anestesia.
Uma das mães, Yasmin Késsia, que descobriu a troca dos meninos, disse ainda que passou mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação.
A outra mãe, Isamara Cristina, detalhou que chegou no quarto primeiro que o filho, mas ele estava com a roupa que ela levou, que, inclusive, foi a mesma do seu primeiro filho.
Meninos trocados em hospital
O caso veio à tona durante o processo de separação de um dos casais, Yasmin Kessia e Cláudio Alves. O homem pediu um exame de DNA para comprovar a paternidade da criança.
Para a surpresa da família, o resultado apresentou incompatibilidade com o pai e a mãe. Eles então descobriram a troca e procuraram a outra família que estava no hospital no dia do parto.
Segundo Yasmin, ela conhecia de vista o outro pai, pois é um professor conhecido na cidade. Antes do parto, as mães chegaram a ficar juntas no quarto.
Agora, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com base no crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que consiste de deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto.
Já o hospital declarou que está oferecendo todas as informações e documentos necessários para que as investigações sejam conduzidas com rigor e imparcialidade.
- Mais sobre o caso: Bebês são trocados após o nascimento em hospital de Goiás, denunciam pais
Nota São Sebastião de Inhumas Ltda
“O Hospital São Sebastião de Inhumas Ltda, informa que recentemente tomou conhecimento de uma situação envolvendo uma suposta troca de bebês ocorrida em sua maternidade há cerca de três anos. Assim que os fatos foram trazidos ao conhecimento da instituição pelos próprios familiares, medidas imediatas foram adotadas para garantir a apuração completa e transparente do ocorrido.
O hospital voluntariamente oficiou a Polícia Civil, oferecendo todas as informações e documentos necessários para que as investigações sejam conduzidas com rigor e imparcialidade. A instituição reitera que está colaborando ativamente com as autoridades e que tem todo o interesse em esclarecer os fatos e identificar qualquer eventual responsabilidade.
Por se tratar de um caso sensível e que envolve dados sigilosos, o processo de investigação está sendo conduzido em conformidade com a lei, resguardando a privacidade e o direito das famílias envolvidas. Nesse sentido, o hospital pede a compreensão da sociedade e da imprensa, reforçando o compromisso com a ética, a segurança e a transparência.
O Hospital São Sebastião de lnhumas reafirma o seu empenho em revisar e aprimorar continuamente seus protocolos de segurança, garantindo a qualidade e a confiança em seus serviços, tendo total interesse nas investigações realizadas.
Informa ainda que existe uma sindicância interna para apurar eventual erro ocorrido e seus responsáveis.
Ainda, por se tratar de um caso sensível que envolve menores de idade, bem como dados protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o hospital está legalmente impedido de fornecer informações detalhadas à imprensa neste momento.
Agradecemos a compreensão e reforçamos que todas as ações estão sendo conduzidas com o máximo respeito à privacidade das famílias e à legislação vigente.”
Nota da Polícia Civil
“A Polícia Civil de Goiás informa que a Delegacia de Inhumas – 16ª DRP investiga possível crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto), em que dois bebês teriam sido trocados no hospital da cidade. O fato foi descoberto após um dos casais envolvidos resolver se separar, tendo feito exames de DNA que comprovaram que o filho não era biologicamente compatível com nenhum dos dois. Os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria.”