Influenciadores digitais são alvo de operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal que investiga uma possível organização criminosa especializada na compra e venda ilegais de produtos eletrônicos oriundos do Paraguai.
Conforme a PF, os influenciadores teriam atuado como coaches, ministrando cursos sobre importação clandestina de produtos, sem pagar impostos. Eles também ensinavam os seguidores a ocultar as operações das autoridades fiscais.
No total, 76 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas na manhã desta quinta-feira (28). Aproximadamente 300 policiais federais e 133 servidores da Receita Federal participaram da operação.
Na capital goiana, a maioria dos mandados foram cumpridos em endereços que ficam no Camelódromo de Campinas. Uma pessoa foi presa.
Estimativas da PF apontam que a organização criminosa teria sonegado cerca de R$ 80 milhões, por ano, em impostos. Além disso, também faziam transações em criptomoedas.
Segundo a polícia, os influenciadores ostentavam vida de luxo na internet, com postagens de viagens e carros importados.
Investigação de influenciadores
As investigações identificaram que a organização criminosa era responsável pela importação ilegal, transporte, armazenamento e comercialização de eletrônicos nas cidades de Goiânia (GO), Anápolis (GO), Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT).
De acordo com a PF, apenas nas etapas anteriores da operação, as mercadorias apreendidas somaram cerca de R$ 10 milhões.
A apuração ainda revelou que a organização contava com diversos integrantes e uma estrutura bem organizada, com funções específicas atribuídas a cada membro. As empresas envolvidas movimentavam grandes quantias de dinheiro, incluindo o uso de criptomoedas para transações ilícitas e lavagem de dinheiro obtido com os crimes.
De acordo com a Receita Federal, a sonegação de tributos pode gerar um prejuízo anual de aproximadamente R$ 80 milhões aos cofres públicos.
Diante dos fatos, os envolvidos podem responder pelos crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais.
Os nomes das lojas e dos influenciadores não foram divulgados pela Polícia Federal. Por isso, o Portal Dia não obteve contato para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.