A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está investigando um desvio de dinheiro do cartão ‘Bolsa Uniforme’ de estudantes do Colégio Militar de Goiás, em Goiânia.
Um empresário e uma mulher foram presos suspeitos de aliciar os alunos. No total, 63 cartões do programa foram encontrados com eles, muito deles já sem crédito.
O programa foi lançado em agosto deste ano e atende cerca de 75 mil alunos dos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMGs).
O benefício destina, anualmente, R$ 970 para cada aluno do ensino fundamental e médio dos colégios militares, que só pode ser utilizado para compra de uniformes. Ao todo, 144 lojas são credenciadas para a aquisição do fardamento.
Investigações
O caso foi descoberto depois que alguns alunos foram identificados sem uniforme novo e outros estavam faltando às aulas por não estarem uniformizados.
Ao serem convocados pelo Comando de Ensino, os alunos contaram que uma mulher estava passando nas escolas, recolhendo os cartões e devolvendo parte do dinheiro para eles.
De acordo com o delegado Humberto Teófilo o empresário possui uma loja conveniada com o Estado para venda de uniformes para o Colégio Militar. Já a mulher seria a responsável por aliciar os alunos e levar os cartões para o empresário.
Na fraude, o homem registrava as compras como se fossem para uniformes e ficava com cerca de 20% a 25% do valor. A mulher recebia R$ 50 por cartão e os alunos ficavam com o restante, entre R$ 500 e R$ 600.
Caso sejam condenados, eles podem responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e corrupção de menores.
O Comando do Colégio Militar deve instaurar um processo administrativo para apurar o caso, que pode causar a expulsão dos alunos envolvidos. Eles serão transferidos para outra unidade escolar pública, regular, mas não poderão mais estudar em nenhum colégio militar.
A Polícia Civil também continuará as investigações, inclusive com apuração de possível envolvimento de pais.
Intensificação da inspeção do ‘Bolsa Uniforme’
O Governo de Goiás anunciou, nesta quarta-feira (30), que vai adotar maior rigor na fiscalização do uso do cartão Bolsa Uniforme, por parte de estudantes dos colégios militares e lojistas cadastrados.
“Vamos intensificar ainda mais as inspeções dos uniformes adquiridos com estes cartões. Estamos atentos”, afirmou a comandante de Ensino da Polícia Militar, Quéren Hapuque de Leles.
O comandante-geral da Polícia Militar, Marcelo Granja, descartou a participação de qualquer servidor público no esquema criminoso e disse que o programa vai continuar normalmente.
“Nós não podemos deixar em hipótese nenhuma que uma fraude com 63 cartões, até o presente momento, possa macular a imagem de todos dos colégios militares e, principalmente, do governo do Estado de Goiás”, declarou.
O diretor-presidente interino da Agência de Fomento de Goiás (Goiásfomento), Lucas Fernandes, afirmou que também vai intensificar o controle no processo para credenciar os lojistas.
“Nós trabalhamos com rigor. Estamos preparando um novo edital de credenciamento que será ainda mais criterioso”, ressaltou.
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