A Polícia Civil de Goiás finalizou as investigações do incêndio que matou um casal e um bebê de apenas 19 dias, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
A conclusão aponta que o incêndio foi causado por um produto solvente usado para impermeabilizar o sofá da casa da família.
As vítimas foram identificadas como Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, o marido dela, Luiz Evaldo, 28, e o filho do casal, Léo.
De acordo com o delegado Bruno Van Kuyk, embora não tivesse a intenção de causar o incêndio e, muito menos, a morte dos clientes, o técnico em impermeabilização agiu de maneira negligente pela forma como conduziu o serviço.
“Ele prestava o serviço de forma esporádica. Nós entendemos que ele não era um profissional habilitado, não era um técnico, era autônomo. Ele já havia feito a limpeza do sofá da mesma família em outra ocasião”, explicou.
O técnico foi indiciado por incêndio culposo, que resultou nas mortes e na lesão corporal de Maria das Graças, mãe de Graciane. Segundo familiares, ela continua internada no Hospital Regional de Brasília da Asa Norte, em Brasília, e passa bem.
Segundo o delegado, inicialmente, o técnico será responsabilizado apenas pelas consequências mais graves do incêndio e, caso outras vítimas queiram processá-lo por eventuais danos materiais, devem procurar a justiça.
Prestação de serviço
As investigações apontam que o produto usado para a impermeabilização do sofá foi comprado por Graciane pela internet. O mesmo era tóxico e não apresenta cheiro, o que dificulta a identificação de um possível vazamento.
Conforme o delegado, o técnico disse, em depoimento, que já conhecia a família e que ia prestar um serviço como um favor, cobrando apenas pela limpeza e não pela impermeabilização.
“Nós apreendemos o celular dele e comprovamos que ele só cobraria pela limpeza do sofá e não pela impermeabilização. Com a quebra do sigilo bancário das vítimas, descobrimos que Graciane foi, realmente, quem comprou o produto”, destacou.
Van Kuyk ainda explicou que o técnico aplicou o produto dentro de uma bomba em local fechado, entre a sala e cozinha, o que contraria as instruções de uso.
Segundo o perito Fernando Lerbach, o produto tem forma líquida, mas passa a ser vaporizado para impermeabilizar o sofá. A explosão aconteceu no momento que o gás entrou em contato com o fogo na chama do fogão, onde a mãe de Gracine estava cozinhando.
“A medida que o gás foi subindo no ambiente, entrou em contato com o fogo da chama do fogão e causou a explosão. Com a explosão, o fogo se espalhou com muita rapidez”, explicou o perito.
O incêndio causou a morte das três vítimas, que caíram de forma acidental do sétimo andar do prédio. Segundo o perito, o pai do bebê caiu ao tentar segurar a mulher, que se desequilibrou com o filho. A tela de proteção do local se rompeu com eles.
As investigações apontam que o técnico voltou para tentar salvar as vítimas, mas eles estavam no quarto e não conseguiram escapar antes das chamas se alastrarem.
- Mais sobre o caso: Vídeo mostra momento da explosão em prédio que causou a morte de casal e bebê, em Goiás
Relembre o incêndio que matou casal e bebê
O incêndio aconteceu na manhã do dia 27 de agosto deste ano, quando o técnico foi ao local para impermeabilizar o sofá.
As vítimas morreram por conta das diversas fraturas que tiveram ao caírem do prédio.
Os apartamentos do sexto ao 11º andar foram todos interditados e as famílias tiveram que sair do local até que a Polícia Científica concluísse a perícia e o laudo da Defesa Civil garantisse que a estrutura não corria risco.
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- Queda acidental e explosão: Tudo sobre o incêndio em apartamento que causou morte de casal e bebê