O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) enviou nesta quinta-feira (10) um parecer à Justiça, destacando a ausência de acusações que comprovem a prática de crimes pelo cantor sertanejo Gusttavo Lima, que havia sido indiciado por lavagem de dinheiro relacionado a jogos ilegais.
O documento, assinado por cinco promotores do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), foi remetido à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, conforme informações divulgadas pelo portal G1.
A investigação contra o cantor começou após a venda de um avião para uma empresa de apostas online e uma negociação posterior da mesma aeronave com os proprietários de outra casa de apostas.
No entanto, o MPPE argumenta que não há provas de que tenha ocorrido lavagem de dinheiro durante essas transações.
Os promotores apontam que os valores envolvidos dizem respeito apenas a uma das empresas, situada na Paraíba, sem ligação com a outra empresa, que opera em Pernambuco.
“O fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, 7 (sete) meses depois, não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro”, diz o parecer do MPPE.
Diante disso, o MP solicitou que a juíza declare a incompetência da 12ª Vara Criminal para julgar o caso e transfira o processo para a Comarca de Campina Grande, no estado da Paraíba.
Em bate-papo no canal de Youtube Migalhas, na última quarta-feira (9), o cantor falou sobre o fato de ter sido indiciado no âmbito da Operação Integration.
“Estou disputando, disponibilizando agora para todos os meus fãs terem acesso à documentação, a todos os contratos, a todas as notas fiscais, a tudo que envolve. E que querem fazer essa ligação com o Gusttavo, com esse tipo de coisas que eu nunca imaginei na minha vida, lavagem de dinheiro? Eu nem sei como se lava dinheiro, porque minha vida inteira foi dedicada a fazer a coisa certa”, disse o sertanejo.
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Defesa fala sobre investigações contra Gusttavo Lima
A defesa de Gusttavo Lima, em nota, destacou que o parecer do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na Operação Integration confirma a certeza de que o artista e suas empresas não participaram de crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa ou exploração de jogos ilegais.
A equipe jurídica também ressaltou que as transações comerciais realizadas com as empresas investigadas “foram totalmente respaldadas por contratos e comprovantes bancários” e que o dinheiro encontrado no cofre da Balada Eventos “não tem nenhuma ligação com exploração de jogos ilegais ou qualquer outro ato ilícito”.
Além disso, apontou que a defesa já apresentou à Justiça “extratos bancários que comprovam que os valores são provenientes de saques feitos diretamente da conta corrente da empresa”.