As famílias de três trabalhadores que morreram após um incêndio no canavial de uma usina devem receber indenizações superiores a R$ 1 milhão, conforme um acordo judicial.
Com base em Darley Carvalho, advogado de duas das famílias e especialista em acidentes de trabalho, a indenização visa restaurar os lares afetados pela tragédia.
“Três dessas famílias já fizeram acordo. Achamos por bem chegar a um consenso. Finalizamos o processo do Aldo e do Arlindo Beto Rodrigues Sobrinho por R$ 500 mil cada […] Nós fizemos acordo com a mãe do Marcos de Lima Souza também de R$ 100 mil porque ele tinha esposa e a esposa entrou com outro advogado”, disse o advogado ao G1 Goiás.
Trabalhadores mortos em incêndio
Por meio de nota, a STA, empresa responsável pela operação na área de São Simão, confirmou que firmou acordos com as famílias de vítimas do incêndio ocorrido em 19 de outubro de 2023, em um canavial operado pela empresa no sudoeste de Goiás.
O acidente resultou na morte de cinco trabalhadores, com idades entre 31 e 49 anos. Na época, a Polícia Militar e os responsáveis pela empresa prestadora de serviço no local relataram que o fogo se alastrou por aproximadamente 400 hectares.
As decisões são da Justiça de Goiás e MG e em uma delas, publicada em 28 de agosto deste ano, o juiz Arlindo Cavalaro Neto, de Paracatu (MG), mencionou que o reclamado argumentou que o incêndio ocorreu em decorrência do período de seca que afetava o estado de Goiás, o que aumentou consideravelmente o risco de incêndios.
“O incêndio perdurou em razão das ações climáticas, sendo que em que pese o primeiro foco ter sido controlado as rajadas de vento e redemoinho alastrou em alta velocidade o fogo, algo humanamente impossível de se controlar”, escreveu o juiz.
O magistrado ainda destacou que com base nas testemunhas, as atividades realizadas pelas vítimas ocorriam em um ambiente de alto risco, devido à prevalência de incêndios na época.
Relembre o caso
Na época, os bombeiros divulgaram que o incêndio se espalhou por conta do vento forte e à alta temperatura.
Além disso, testemunhas ainda contaram à corporação que a usina usou quatro caminhões-pipa para controlar as chamas. As chamas acabaram com a palhada de cana e diversos maquinários usados nos trabalhos, incluindo tratores, caminhões, ônibus e colhedeiras.
Veja quem foram as vítimas:
- José Ilton Francisco Luiz, 45 anos;
- Aldo Batista Da Silva, 31 anos;
- José Cicero Da Silva, 49 anos;
- Arlindo Beto Rodrigues Sobrinho, 46 anos;
- Marcos De Lima Souza, 36 anos.