A morte de um casal e um bebê de 23 dias após um incêndio em um apartamento em Valparaíso de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal (DF), pode ter sido acidental, conforme as investigações.
Além disso, segundo as autoridades, há indícios de uma explosão no local. Entretanto, ainda não é possível determinar as causas.
A tragédia repercutiu na imprensa internacional. O caso foi noticiado por importantes veículos de comunicação fora do país, como o jornal espanhol El País e o tabloide britânico The Sun. Outros países como México e Colômbia também noticiaram a morte das vítimas.
Tudo sobre o incêndio em apartamento que matou casal e bebê
Queda acidental
De acordo com o perito Fernando Lerbach, a queda de Luiz Evaldo Lima e Graciane Rosa de Oliveira, juntamente com o filho de 23 dias, Léo, pode ter sido acidental. Isso porque os corpos estava próximos à prumada do prédio.
“Quando a gente faz uma análise, um dos parâmetros que usamos é o deslocamento da vítima em relação ao ponto em que ela caiu. Quando é uma queda acidental, geralmente essa proximidade é bem pequena, como foi o caso. Todas as vítimas estavam muito próximas à prumada do prédio, o que indica para nós que foi realmente uma queda acidental, e não alguém que se projetou para frente”, explicou o perito.
O síndico do prédio onde ocorreu o incêndio, Anderson Oliveira, relatou que acredita que as vítimas não pularam do prédio, mas sim que houve um acidente. O bebê teria escorregado da mão da mãe, que tentou salvá-lo. O pai tentou ajudar, mas os três acabaram caindo.
“É óbvio que a situação ali devia ser desesperadora pelo calor, mas foi um ato de mãe tentando salvar o seu pequeno, o que infelizmente resultou nesta tragédia. Não se jogaram no desespero”, disse o síndico.
Explosão
O perito ainda detalhou que os vestígios encontrados no local indicam que houve uma explosão no ambiente onde fica a sala e cozinha. Entretanto, ainda não foi possível determinar as causas.
“Pelos vestígios encontrados, podemos confirmar e materializar que houve uma explosão. Conseguimos determinar o local onde o fogo se iniciou, que foi na unidade onde residiam as vítimas, e o percurso do fogo até as outras unidades”, afirmou.
Lerbach detalhou que não havia indícios de vazamento de gás na unidade, mas não descarta a possibilidade do vazamento.
“A estrutura do encanamento, na parte que a gente pôde presenciar, estava íntegra. O registro de gás estava ligado, mas não havia nenhum indício de vazamento de gás naquela unidade que a gente analisou.”, detalhou.
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Além das três vítimas fatais, outras duas pessoas estavam no apartamento, sendo a mãe de Graciane e um técnico em impermeabilização de sofá. Ambos foram resgatados com vida e estão internados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no Distrito Federal.
Outros moradores também precisaram ser hospitalizados devido a inalação de fumaça. As forças de segurança e resgate que atuaram no incêndio estimam que mais de 15 pessoas foram aos hospitais e postos de saúde.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, algumas portas tiveram que ser arrombadas para realizar o resgate de pessoas que se trancaram após ficarem assustadas com a explosão.
Condomínio
Conforme o síndico, o condomínio existe desde o final de 2011 e tem, ao todo, 528 apartamentos, com cerca de 2 mil moradores.
O local conta com seis blocos, que abriga 88 apartamentos cada. Além disso, há duas alas no local: A e B, sendo que o lado B não foi afetado. No lado A, segundo o síndico, algumas unidades foram afetadas.
“Do lado A, onde ocorreu a tragédia, estamos com quatro apartamentos danificados. Um muito danificado, que é a unidade que deu causa ao incêndio. E três unidades, acima da unidade causadora, tiveram bastante prejuízo e todos esses prejuízos serão custeados e feito o ressarcimento pelo condomínio”, detalhou Anderson.
A incêndio aconteceu no Bloco E, no apartamento que fica no sétimo andar, há aproximadamente 21 metros de altura. Após o incêndio, o bloco foi evacuado e os apartamentos do sexto ao 11º andar foram interditados, para que seja investigado o risco de dano estrutural. Ainda não há previsão para o retorno dos moradores.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Valparaíso de Goiás informou que o bloco passará por vistoria e que os peritos devem analisar se a estrutura foi comprometida pelo fogo.
Além disso, a Prefeitura de Valparaíso se colocou à disposição para oferecer suporte psicológico aos moradores do condomínio.
Vítimas
O casal e o bebê de 23 dias que caíram de um prédio em chamas, teve politraumatismo, segundo a Polícia Científica de Goiás. Os corpos estão sendo velados em Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF.
Graciane também tinha outra filha, adolescente, que estava na escola no momento do incêndio.
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