A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (29) a Operação Golpes S.A, que investiga suspeitos de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de capitais em Goiás e no Mato Grosso.
Ao todo, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de mais de 240 contas bancárias.
Golpes bancários
Conforme a polícia, os suspeitos presos em operação usavam “máscaras” com fotos das vítimas para burlar o reconhecimento ou o bloqueio facial para criar ou acessar contas bancárias.
A polícia também apurou que o grupo funcionava como uma empresa, composta por quatro núcleos, onde praticavam diversas modalidades de golpes. De acordo com a PC, os suspeitos chegaram a movimentar mais de R$ 200 mil em apenas cinco dias.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Pires, a quadrilha acessava fotos das vítimas por meio das redes sociais, vazamento de dados, ou pedia que elas enviassem durante a conversa, para criar contas bancárias no nome delas e burlar o reconhecimento facial. Os crimes teriam ocorrido desde 2022.
“Essas fotos, que são o que eles chamam de bonecos, é uma forma que eles têm de tentar burlar os sistemas de segurança, que são os biométricos. Algumas vezes, eles abriam contas correntes em nome de terceiras pessoas que eram vítimas, usando fotos de perfil. Eles conseguiram essas imagens muitas das vezes com base em vazamento de bancos de dados e às vezes o próprio indivíduo fornecia”, explicou o delegado.
Ao todo, 25 pessoas de 11 estados e do Distrito Federal caíram em golpes aplicados pelo grupo e ee acordo com o delegado, ao menos 19 pessoas foram presas em Goiás e cinco continuam sendo procuradas.
Veja como funcionava os núcleos
Conforme as investigações, a quadrilha era formada por quatro núcleos que se dividiam com os que seriam responsáveis por aplicar os golpes e os outros que gerenciariam o dinheiro obtido por meio das fraudes.
Veja como era dividida:
Núcleo da Engenharia Social: responsável pelo contato com as vítimas e aplicação dos golpes como o do falso número, boleto falso, falso parente, bença tia, falso intermediário.
Núcleo dos “Conteiros”: responsáveis por fornecer, por meio de aluguel, contas bancárias para receber os valores obtidos nas fraudes;
Núcleo de lavagem de capitais: responsáveis por executar diversas transações financeiras para esconder a origem do dinheiro.
Núcleo captador: responsável por gerenciar e agir como elo de todos os demais núcleos, sem que uns tivessem contato com os outros.
A operação que é realizada pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio dos grupos de Repressão a Roubos (Garra) e de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), permanecerá investigando o caso para capturar os demais suspeitos.
Além disso, a operação conta ainda com a atuação da com a Polícia Civil do Mato Grosso, por meio da Delegacia de Cáceres.