A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, nesta quarta-feira (28), a Operação Chave Falsa, que investiga fraudes em transferência de veículos no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
Entre os alvos da ação estão comissionados e efetivos lotados na sede do órgão, despachantes, “garageiros”, compradores e vendedores de veículos.
No total, foram cumpridos 18 mandados de busca nas residências de investigados nos municípios de Goiânia, Anápolis, Trindade, Santa Helena, Mozarlândia e Caldas Novas.
Além disso, foram cumpridos oito mandados prisão temporária de alvos localizados em Goiânia, Anápolis, Santa Helena, Mozarlândia e Caldas Novas.
Durante a operação também foram apreendidos previamente e periciados os computadores da autarquia utilizados para as práticas fraudulentas pelos servidores à época, e os documentos públicos e particulares falsificados usados pelos investigados para as transferências ilícitas de propriedade veicular.
Os suspeitos são investigados por crimes de falsificação de documentos, uso de documentos falsos, falsidade ideológica majorada, peculato-eletrônico, corrupção passiva e corrupção ativa, em continuidade delitiva.
Fraudes em transferência de veículos
De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontaram a existência de uma grande demanda de serviços fraudulentos realizados na sede do órgão estadual, como cancelamento ilegal de bloqueio de sinistro de grande monta e desbloqueio indevido de embargo de licenciamento.
Além de cancelamentos ilegais de comunicados de venda e de intenções de venda, inclusões indevidas de novos comunicados de venda e de intenções de vendas, e, por fim, transferências ilegais de propriedade de veículos para terceiros.
Para as fraudes, eram usadas as senhas de acesso restrito de servidores que, em princípio, desconheciam os serviços fraudulentos e muitas vezes sequer se encontravam no órgão.
Segundo a Polícia Civil, o esquema criminoso causada prejuízo ao Detran-GO, pois os investigados evitaram fazer duas transferências veiculares e pagar as devidas taxas.
“Situação que ficou conhecida popularmente como “ponte de recibo”, ou seja, pulava-se a pessoa para qual foi realizada a comunicação de venda do veículo e já transferia-se o domínio do nome do proprietário inicial para um terceiro comprador do veículo.”, informou a PCGO.
Conforme as investigações, todo o esquema criminoso e só era possível com o provável pagamento de vantagens ilícitas indevidas por despachantes, “garageiros” e intermediários vendedores de veículos para os funcionários públicos, encarregados de acessar o Sistema de Serviços do Detran, com senhas de acessos restritos.