O empresário que foi indiciado por atropelar e matar o vigilante Clenilton Lemes Correia, de 38 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) pelos crimes de homicídio doloso e omissão de socorro.
O vigilante ia para o trabalho no momento que foi atingindo pelo carro de luxo na GO-020, em Goiânia.
Denúncia contra o investigado por matar e atropelar vigilante
A promotoria considerou que houve a intenção de matar quando o motorista ingeriu bebida alcoólica e assumiu a direção do veículo. O documento foi assinado nesta segunda-feira (12).
A denúncia detalha que o empresário teria bebido em cinco estabelecimentos comerciais durante a tarde e noite anteriores ao acidente. Ao voltar para casa, que fica em um condomínio fechado da região, bateu na motocicleta de Clenilton, arrastando-o por quase 90 metros na rodovia.
De acordo com o documento, a vítima e a moto ficaram presas no veículo, o que levou o motorista a dirigir em zigue-zague para que se desprendessem do veículo. Posteriormente, a vítima e o veículo foram arremessados a vários metros de distância.
Segundo o promotor de Justiça que assinou a denúncia, Sebastião Marcos Martins, o laudo concluiu que não existiam sinais de frenagem do carro no local do acidente.
As investigações também apontaram que o homem fugiu do local sem prestar socorro ao vigilante, que, apesar dos ferimentos graves, ainda estava vivo. Entretanto, as diversas lesões levaram o motociclista à morte.
“Ele deixou o local a fim de fugir às suas responsabilidades penal e civil. Ele não se dignou sequer a frear – o que poderia, inclusive, ter evitado a morte da vítima”, avaliou o promotor.
Conforme a denúncia, diante das características do acidente, o crime foi cometido por meio cruel, já que o motociclista foi arrastado pelo asfalto, sem nenhuma chance de se defender.
Por fim, o MPGO pediu que o empresário pague uma indenização reparatória por danos materiais aos descendentes e à esposa da vítima, além de uma indenização mensal aos dependentes de Clenilton, com valor equivalente ao salário que ele recebia, e o ressarcimento das despesas com o funeral da vítima.
Relembre o caso
O acidente aconteceu no dia 9 de junho deste ano, quando o vigilante estava à caminho do trabalho. A polícia localizou o suspeito depois que encontrou a placa do carro caída no local do acidente.
O motorista foi preso no dia do crime, mas foi solto no dia 11 do mesmo mês. Ele foi preso pela segunda vez no dia 24 de julho, mas solto de novo no dia 8 de agosto, 16 dias após ser detido.
A decisão judicial considerou que o motorista “não tentou se evadir do distrito da culpa” e que, se houver condenação, “a princípio não será em regime fechado”. Ele segue respondendo o caso em liberdade.