Uma advogada foi presa suspeita de ser uma “mensageira” de presos e um policial penal suspeito de vazar informações sigilosas, em Goiânia.
A operação foi deflagrada nesta segunda-feira (12) pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, em parceria com a Polícia Penal e Polícia Militar.
Conforme as investigações, a advogada era encarregada de levar recados e ordens de criminosos para aqueles que não estavam presos, garantindo assim a continuidade dos crimes.
De acordo com o MPGO, além dos mandados de busca e apreensão, também foi cumprido outro mandado de busca e apreensão em desfavor de outra advogada, suspeita de envolvimento nos crimes.
Nas imagens obtidas durante o cumprimento dos mandados, foram encontradas fotos onde a advogada suspeita de repassar mensagens de criminosos presos aparece ostentado dinheiro.
Investigação
Segundo a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP), as investigações tiveram início há cerca de seis meses, quando os advogados começaram a ser monitorados e foram encontradas provas de uma possível atividade com o crime organizado. Além da troca de informações, também há indícios de outros crimes, como tráfico de drogas.
Em nota, a Diretoria-Geral de Polícia Penal salientou que “não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes.”.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), informou que acompanhou os procedimentos da operação e que, após o término das investigações, deve tomar as devidas providências.
O Portal Dia não conseguiu localizar a defesa dos investigados até a divulgação desta reportagem.
Nota DGPP
“A investigação que deu origem a Operação Mensageiro partiu do monitoramento de advogados de presos de organizações criminosas realizado pela Polícia Penal, em parceria com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás.
Esse monitoramento, com autorização judicial, teve início há seis meses pelo setor de Inteligência da Diretoria-Geral de Polícia Penal.
A DGPP acompanhou o cumprimento do mandado que teve como alvo a advogada e o policial penal, e abriu sindicância interna para apurar os fatos envolvendo o servidor da instituição.
A Polícia Penal reitera que não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes.”
Nota da OAB
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que foi comunicada e acompanhou os procedimentos da Operação ”Mensageiro” por meio da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), de modo a garantir os direitos, prerrogativas e o respeito ao contraditório e à presunção de inocência de ambas as advogadas envolvidas.
Em situações como essa, é praxe que a OAB-GO acompanhe toda a investigação para, em seguida, tomar as providências necessárias na seara ética, caso se comprove eventual infringência dos deveres funcionais dos inscritos.”