No segundo domingo de agosto é comemorado o Dia dos Pais, uma data que referencia o ato de cuidado, segurança e amor, sentimento que é muito bem expressado pelo goiano Wesley Lopes de 48 anos, que é pai biológico e do coração.
Ao todo, Wesley tem seis filhos, sendo três biológicos e três adotivos. Segundo ele, o chamado de Deus foi o propósito principal de construir uma família grande.
Dia dos Pais: conheça a história da grande família
A história da família não nasceu com um projeto de ter seis filhos, já que Wesley apresentava baixa dosagem de espermatozoides e poderia ter dificuldade de ter filhos. Mas dizem que a fé move montanhas, e o que não faltou foi fé nessa família.
Em entrevista ao Portal Dia, Wesley contou que logo no início do casamento com sua esposa Helenilce, ele participou de um curso de vida conjugal na igreja Videira e, nesse curso, realizou uma dinâmica sobre quantos filhos pretendiam ter, momento em que ele referenciou que teria seis filhos.
“Eu fui a frente pensando e orando porque o médico informou que eu teria dificuldades para ter filhos. E o senhor falou no meu coração, que eu teria 6 filhos. Eu não duvidei, tomei posse dessa palavra. E assim esse sonho que nasceu no coração de Deus foi plantado no nosso coração”, disse.
Conforme ele, a vida seguiu e após alguns anos a sua esposa engravidou do seu primeiro filho. Davi, o primogênito dos homens. Mas a construção da família não parou por aí, mesmo com o médico alegou que eles teriam dificuldade, anos depois Helenilce engravidou da Lara, e após dois anos e meio, do terceiro filho.
“Durante o pré-natal fazendo um exame, percebemos que o coração do nosso terceiro bebê havia parado de bater. Foi algo assustador ao não perceber os batimentos. Houve um aborto espontâneo. Nós tentamos novamente e ela engravidou logo um mês em seguida e fazendo o pré-natal e no terceiro mês percebemos novamente que o coraçãozinho não estava batendo, ou seja, o segundo aborto espontâneo. Mas dessa segunda vez um aborto mais traumático”, contou ao Portal.
Wesley relatou que o propósito de ser pai de 6 filhos ainda transitava em seu coração e após um ano, tentaram novamente e nasceu o João, o seu terceiro filho biológico. Após o nascimento, a sua esposa decidiu fazer a laqueadora devido aos traumas da perca dos dois filhos, mas ainda assim, havia a possibilidade de terem mais três filhos.
Três anos após o nascimento do terceiro filho, a família conheceu o Residencial Niso Prego, tornando ainda mais real o sonho de concretizaram a “grande família”.
Adoção
A família ainda não tinha em mente que adotariam mais três crianças e encontraram o Residencial Niso Prego, localizado em Goiânia, com o intuito de ajudar as crianças que lá vivem. Ao conhecer o local, tentaram a primeira aproximação, mas perceberam que algumas ajudas não eram aceitas por terceiros, já que o estado provê tudo que é necessário.
“Muito sério o controle pela Justiça e não tem como ela fazer nada ali para estar ajudando, mas insistindo, minha esposa percebeu que uma das portas que poderia se abrir era as portas da assistência social. Começamos a ajudar com remédio, doações, alimentos, roupas, e a portas foram se abrindo. Até que foram autorizadas a realização de uma célula de crianças, e toda semana minha esposa estava lá fazendo essa célula com as discípulas dela”.
Ele contou que durante essa célula, conheceram a Maria Eduarda, que atualmente é a filha adotiva mais velha do casal.
“A Mario Eduarda conheceu minha esposa e foi algo muito interessante porque ela conta que chegou na minha esposa e perguntou quantos filhos ela tinha, e hoje damos risadas disso, porque dizendo ela que quando ela falou três, ela perdeu todas as esperanças. Mas ela continuou e falou que minha esposa podia apadrinhar ela, que é acompanhar a criança sem tirar ela do abrigo. Ou em alguns casos até mesmo trazer a criança para casa nas férias para que ela possa ter um ambiente de família”, contou.
Na época, Maria estava com 11 anos e logo em seguida Wesley e sua esposa descobriram que ela tinha um irmão de 4 anos e outra de 2 meses. Foi quando se encantaram e decidiram adotar os três irmãos.
“Quando descobri que eles eram três, o senhor disse no meu coração, esse são os três que eu separei para ser seus, sendo assim seis filhos. Nesse momento tivemos a convicção que não seria apenas um apadrinhamento, mas também um pedido de adoção”.
Durante a entrevista, ele pontuou que passou por consultas, acompanhamentos e todo o processo legal para a adoção. Que por sinal, enfatiza a todo momento sobre a alegria de ser pai de seis e que o ano de 2018 mudou toda a história da sua família.
“O Dia dos Pais é um dia muito especial. Ser pai é uma grande oportunidade de expressar a glória de Deus, porque ele é o nosso Pai. A sensação é maravilhosa, eu vivo um sonho realizado a cada dia. Tem uma data que em relação aos filhos do coração que eu vou guardar sempre, que é o dia 20 de agosto de 2018, especificamente às 10 horas da manhã. Data em que eu recebi a ligação do ajuizado informando que tinha sido liberado a guarda provisória dos três. Buscamos eles e essa data marca um início do sonho realizado”, concluiu.
Importância da participação do pai na criação ativa dos filhos
A participação do pai na criação ativa dos filhos é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo e social, no qual facilita a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade.
Conforme o psicólogo Marlon Carvalho, os filhos tem várias visões dos pais, sendo ele como uma referência em muito dos casos. Para a menina, o pai é o príncipe encantado, para o menino o pai é Super-herói, o homem forte e, para ambos, ele é a imagem do provedor e protetor. Especialmente no caso dos meninos, o pai é exemplo masculino que vai ajudá-lo a lidar com vários aspectos da vida que talvez ele não teria a mesma liberdade de tratar com a mãe.
Pensando nesse aspecto, o psicólogo ressalta que existem alguns meios ou caminhos para que a paternidade seja exercida de forma saudável, criando assim vínculos afetivos tanto para os filhos quanto para os pais.
“Apesar de que hoje muitas mães também trabalham, na maioria dos casos, o pai é quem mais está ausente em casa e isso gera para as crianças toda uma expectativa de ter o pai em casa. E é nesse momento que o pai deve valorizar o tempo que tem com os filhos, é abrir mão de um pouco de descanso para fortalecer o relacionamento com os filhos, seja através de brincadeiras, jogos, conversa, passeios e até mesmo de correções, pois se engana quem pensa que a correção do pai vá atrapalhar esse vínculo”, disse ao Portal Dia.
Além do tempo de qualidade, ainda há outras questões que “implicam” na criação dos filhos, podendo ser muitas vezes o estresse, a ansiedade e até mesmo os recursos que em podem interferir na boa criação do filho.
Porém o psicólogo explica que existem mecanismos que podem auxiliar nessa questão, até mesmo terapias que auxiliam nesse laço afetivo.
“Em sua grande maioria os homens sempre olham para a questão financeira como um termômetro para uma boa saúde mental, pois se as finanças vão bem, várias outras questões são resolvidas, como a alimentação, conforto, lazer (ressaltando que nem todo lazer se faz com dinheiro). A questão financeira é a que mais tira a paz do homem, e se ela não vai bem, junto à ela vem estresse, ansiedade e as vez até agressividade, e sempre que esses comportamentos vem à tona, se faz necessário um acompanhamento psicológico e daí vem um novo problema com a barreira que a cultura masculina tem em cuidar da saúde física e principalmente mental, explicou.
O psicólogo ainda destaca que os pais são os primeiros mentores que as crianças tem. Por isso, elas precisam de um pai em vários momentos da vida, desde os alegres e até mesmo os dias mais difíceis.
“A criança precisa de um pai quando se sente ameaçada em algum ambiente, quando precisa de um conselho, quando sente que o corpo está mudando e em qualquer evento que pode ser traumático até a chegada da fase adulta e até mesmo após ela. Os Pais tem papel fundamental na formação do caráter da criança”, concluiu.
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