O caso inicialmente tratado como suicídio teve uma reviravolta, pois a mulher, Izadora Alves Faria, que confessou ter assassinado as duas filhas, foi morta pelo namorado, conforme concluiu a Polícia Civil.
O homem se tornou réu pelo crime depois que a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi acatada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), no último dia 11 de julho.
As investigações encontraram indícios do crime, como imagens de câmeras de segurança e transferência bancária, além da confissão do suspeito.
Conforme o documento do MPGO, o suspeito e Izadora se relacionavam há cerca de um mês e meio. Ele a teria estrangulado e jogado o corpo no Rio Meia-Ponte no dia 3 de novembro.
O corpo da mulher só foi localizado quatro dias depois, às margens do rio, com uma corda amarrada ao pescoço. Devido ao estado do corpo, não foi possível determinar com exatidão a causa da morte, mas foi descartada a hipótese de suicídio.
No inquérito policial, o delegado Marcus Vinícius Cardoso apontou que a possibilidade de suicídio não se sustentava diante das provas.
“Pelo local onde o corpo foi encontrado, estando distante de qualquer anteparo que pudesse sustentar a corda para um suicídio por enforcamento e pela posição que estava, provavelmente não foi uma morte por enforcamento proveniente de suicídio, mesmo sendo o laudo de caráter inconclusivo”, escreveu.
O crime
Conforme a denúncia do Ministério Público, Izadora comprou uma corda em Goiânia no dia do crime, por volta de 17h40. À noite, ela e o homem foram flagrados por uma câmera de segurança próximo ao local do crime.
Além disso, Izadora também transferiu R$ 1 mil via Pix para a conta do investigado. Em depoimento, ele alegou que a mulher fez isso por vontade própria.
Consta na denúncia que eles discutiram no dia e o homem, usando a corda comprada por Izadora, a estrangulou e a empurrou da ponte. O MPGO detalha o possível estrangulamento pois uma corda foi encontrada ao redor do pescoço da vítima.
Quatro dias depois, o corpo da mulher foi encontrado por um funcionário de um clube em estado avançado de decomposição.
Em depoimento no dia 23 de fevereiro deste ano, o homem havia declarado que tinha um relacionamento com a vítima e que estava bêbado no dia do crime. Ele então a teria empurrado acidentalmente durante uma discussão enquanto estavam na ponte.
Cerca de um mês depois, o investigado apresentou um laudo de “retardo mental leve” e prestou um novo depoimento, mudando a versão anterior e afirmando que não teria tido um relacionamento amoroso com a vítima. Além disso, negou tê-la empurrado da ponte e disse que sequer estava com ela no momento.
Relembre o caso da mulher que assassinou filhas
O crime contra as filhas foi cometido em setembro de 2022. As investigações apontam que a mulher envenenou, afogou e depois esfaqueou as filhas. Posteriormente, ela fugiu de casa.
O corpo das meninas foi encontrado pelo pai delas. Ele relatou à Polícia Civil que encontrou as filhas em um colchão na garagem de casa.
A mulher foi encontrada horas após o crime, em um matagal próximo à casa. Ela apresentava sinais de tentativa de suicídio. Em depoimento, a mulher deu detalhes do crime e não demonstrou arrependimento, conforme a polícia.
Segundo o pai das meninas, na noite anterior ao crime, ele e Izadora teriam discutido e ela ameaçou tirar a própria e vida e matar as filhas.
Cerca de dois meses antes da morte da mulher, o MPGO pediu a absolvição dela dos crimes, considerando um exame de insanidade mental feito pela Justiça, que concluiu que ela tinha transtorno psicótico e não era capaz de discernir seus atos durante o crime. Além disso, também foi solicitado que ela fosse incluída no Programa de Atenção ao Louco Infrator.