A Justiça determinou a quebra de sigilo telefônico da médica suspeita de sequestrar uma bebê recém-nascida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (MG).
O pedido foi feito pela Polícia Civil (PC), que acredita que no aparelho pode conter conversas e imagens que vão auxiliar nas investigações. O Ministério Público de Goiás (MPGO) também havia feito a solicitação.
O pedido foi deferido pela juíza Natácia Lopes Magalhães, que considerou que as informações podem ajudar a entender como a médica agiu e se há participação de outras pessoas. A informação é da TV Anhanguera.
“A medida requerida se funda na premente necessidade de se ter acesso aos dados do aparelho celular, a fim de se apurar a prática do delito de sequestro e, ainda, descobrir eventuais coautores, os quais podem ter auxiliado a representada no cometimento do referido crime”, descreve o documento.
Médica suspeita de sequestrar bebê
Conforme relatório médico, a neurologista presa suspeita de sequestrar a recém-nascida tem transtorno afetivo bipolar, ansiedade generalizada e transtorno do pânico.
O documento foi assinado pelo psiquiatra Luiz Marcio Lima, de Uberlândia, e a médica está em tratamento desde 2022. Desta forma, a médica tem crises recorrentes, podendo “prejudicar o juízo crítico da realidade e a incapacita temporariamente (durante as crises) de compreender a natureza inadequada e/ou ilícita de suas atitudes.”
A defesa da médica já havia salientado que ela “se encontrava em crise psicótica” no momento dos fatos e vai comprovar em juízo a condição de transtorno afetivo bipolar.
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Sequestro
A mulher entrou no hospital vestindo jaleco, máscara, touca e luvas e se passou por pediatra da unidade. Ela foi até os pais da criança e disse que precisava levá-la para se alimentar, visto que o leite da mãe ainda não havia descido.
O pai da menina relatou à polícia que a falsa pediatra pegou a filha dele, entrou em uma sala e, enquanto esperava na porta, ela saiu sem a menina nos braços. Ela disse que uma enfermeira estaria alimentando a criança.
Momentos depois, suspeitando da demora, ele acionou a segurança, momento que descobriram que a mulher saiu com e a criança dentro da mochila.
Ela foi presa em Itumbiara por sequestro qualificado, por envolver vítima menor de 18 anos. A pena prevista pode chegar a oito anos de prisão. A médica permanece detida em uma cela comum no presídio de Orizona, no sul de Goiás.
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