Em depoimento à Polícia Civil, testemunhas relataram que a médica suspeita de sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG), conversou com o pai da bebê e com um funcionário da unidade enquanto a menina estava dentro da mochila.
O pai da menina relatou à polícia que a falsa pediatra pegou a filha dele, entrou em uma sala e, enquanto esperava na porta, ela saiu sem a menina nos braços.
Ainda no depoimento, o homem contou que a mulher disse que uma enfermeira estaria dando leite para a criança e que logo a devolveria, o que não aconteceu. Ele então acionou a segurança da unidade.
Uma vigilante teria relatado ainda que permitiu a entrada da médica no local pois ela estava de jaleco e alegou que ia cobrir uma colega que faltou na pediatria. A profissional suspeitou da alegação e foi verificar com o setor responsável, quando soube que o quadro estava completo.
Quando as equipes de segurança encontraram a suspeita novamente, ela alegou que não faria mais o plantão na pediatria, pois foi avisada que não seria mais necessário, pois o plantão já estava preenchido.
Segundo a polícia, a servidora da unidade disse que “como não tem autorização para realizar buscas pessoais nas pessoas que entram no local, e como a autora estava com trajes de funcionária, inclusive com crachá, acompanhou a autora até sua saída do local”.
A médica saiu da unidade de saúde por volta de 23h55, com a criança na mochila. Ela então entrou dentro do carro e saiu do local.
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O hospital informou que já iniciou uma apuração interna do caso e está colaborando com as investigações.
Defesa da médica
O advogado Vladimir Rezende destaca que a médica estava em surto e que provará em juízo que ela é portadora de transtorno afetivo bipolar, conforme relatório médico .
O documento foi assinado pelo psiquiatra Luiz Marcio Lima e a médica está em tratamento desde 2022. Além disso, o documento detalha que ela também tem ansiedade generalizada e transtorno do pânico.
O relatório ainda descreve que a médica apresenta crises recorrentes, podendo “prejudicar o juízo crítico da realidade e a incapacita temporariamente (durante as crises) de compreender a natureza inadequada e/ou ilícita de suas atitudes.”
“A paciente apresenta crises recorrentes de humor deprimido, anedonia, desânimo, irritabilidade, insônia e ideação suicida, alternas por crises recorrentes de elevação de humor, grandiosidade, persecutoriedade e aumento de atividades.”, diz o documento.
Nota da HC-UFU
“O HC-UFU informa que por volta da meia-noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá da Universidade, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.
Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.
O HC já iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso.”
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