O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (25) duas mortes por febre oropouche do Brasil. Estes são os primeiros registros de óbitos em decorrência da doença no mundo.
As mortes são de mulheres que moravam no interior da Bahia, de 22 e 24 anos, que não tinham comorbidades. Elas apresentaram sintomas e sinais semelhantes ao de dengue grave.
O ministério também está investigando uma morte suspeita em Santa Catarina. Além disso, apura a relação da doença com quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês, nos estados do Pernambuco, Bahia e Acre.
Este ano, já foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados. A maior parte foi identificado no Amazonas e em Rondônia.
No último dia 11, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica dirigida a todos os estados e municípios, recomendando uma maior vigilância em saúde devido à possibilidade de transmissão vertical do vírus.
Febre oropouche
A febre do Oropouche é provocada por um vírus transmitido predominantemente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960.
Os sintomas se assemelham aos da dengue e chikungunya. A fase aguda da doença pode começar subitamente com febre, dor de cabeça, dor muscular e articular. Outros sintomas relatados incluem tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
Em casos mais graves, pode haver comprometimento do sistema nervoso central, como meningoencefalite, especialmente em pacientes imunocomprometidos. Há também relatos de manifestações hemorrágicas.
Estudos detalham que até 60% dos pacientes podem apresentar recidiva, com sintomas recorrentes como febre, dor de cabeça e dores musculares, uma a duas semanas após os sintomas iniciais.
A orientação para a população é semelhante à da dengue: ao notar os sintomas, deve-se procurar uma unidade de saúde, entretanto, não existe um tratamento específico disponível.
As medidas de prevenção incluem evitar áreas com presença de maruins ou minimizar a exposição às picadas desses vetores, utilizando roupas compridas, sapatos fechados, limpeza de terrenos e locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos caídos, e instalação de telas de malha fina em portas e janelas.