A médica presa suspeita de sequestrar uma bebê recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG) tem transtorno afetivo bipolar, conforme relatório médico.
O documento foi assinado pelo psiquiatra Luiz Marcio Lima, de Uberlândia, e a médica está em tratamento desde 2022. Além disso, o documento aponta que ela também tem ansiedade generalizada e transtorno do pânico.
Desta forma, o documento descreve que a médica apresenta crises recorrentes, podendo “prejudicar o juízo crítico da realidade e a incapacita temporariamente (durante as crises) de compreender a natureza inadequada e/ou ilícita de suas atitudes.”
“A paciente apresenta crises recorrentes de humor deprimido, anedonia, desânimo, irritabilidade, insônia e ideação suicida, alternas por crises recorrentes de elevação de humor, grandiosidade, persecutoriedade e aumento de atividades.”, diz o documento.
A defesa da médica já havia salientado que ela “se encontrava em crise psicótica” no momento dos fatos e vai comprovar em juízo a condição de transtorno afetivo bipolar.
A mulher passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (25) e a justiça decidiu mantê-la presa. Ela ficou em silêncio durante o depoimento. O processo segue em segredo de Justiça.
Entretanto, a Polícia Civil acredita que o crime foi premeditado, pois foi encontrado um enxoval no carro e na casa dela. A defesa também alegou que ela está grávida, o que a polícia também contrapõe.
“No local dos fatos, na casa dela e no carro que ela utilizou para poder sequestrar essa criança, já haviam itens de criança inclusive com cores roses, indicando que ela esperava uma menina. Então, o que indica que ela já premeditou esse crime e que realmente ela já sabia dessas intercorrências”, detalhou o delegado Anderson Pelágio.
Médica suspeita de sequestrar bebê
A bebê foi sequestrada na noite de terça-feira (23) no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.
A mulher entrou no hospital vestindo jaleco, máscara, touca e luvas e se passou por pediatra da unidade. Ela foi até os pais da criança e disse que precisava levá-la para se alimentar, visto que o leite da mãe ainda não havia descido.
A falsa pediatra então colocou a recém-nascida dentro de uma mochila, saiu do hospital e entrou em um carro vermelho. Depois, fugiu para Itumbiara.
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Ela foi presa por sequestro qualificado, por envolver vítima menor de 18 anos. A pena prevista pode chegar a oito anos de prisão. A médica permanece detida em uma cela comum no presídio de Orizona, no sul de Goiás.
Nota do hospital
“O HC-UFU informa que por volta da meia-noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá da Universidade, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.
Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.
O HC já iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso”.