O policial militar (PM) que foi filmado atirando com bala de borracha em goleiro do Grêmio Anápolis foi afastado de suas funções, segundo a Polícia Militar.
O caso aconteceu no último dia 10 de julho na partida pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. Um vídeo mostra o momento do disparo. (Assista abaixo)
De acordo com a corporação, um inquérito administrativo foi aberto para apurar a conduta do militar, que deve responder por lesão corporação. Ele deve continuar afastado durante as investigações.
Em nota, a corporação ressaltou que o procedimento administrativo vai apurar os fatos com o devido rigor. Entretanto, não há informações sobre o tempo que o militar ficará afastado ou se continuará sendo remunerado durante o período. (Veja a íntegra no final do texto)
A Polícia Militar já havia enfatizado que o disparo foi feito com munição de elastômero, conhecida como “bala de borracha”, armamento menos letal.
O Portal Dia não conseguiu localizar a defesa do policial até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso do PM que foi filmado atirando com bala de borracha em goleiro
O caso aconteceu durante uma confusão entre jogadores do Grêmio Anápolis e Centro-Oeste, no estádio Jonas Duarte, em Anápolis.
Após o fim da partida, jogadores discutiam na beira do campo e, em determinado momento, o policial empurrou um dos jogadores. Ao ser questionado pelo goleiro, ele engatilhou a arma e efetuou o disparo.
O goleiro Ramón Souza foi atingido na perna e disse que chegou a pedir para que o policial abaixasse a arma. Ele poderá ficar até quatro meses afastado do campo.
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O Grêmio Anápolis, clube que Ramón defende, disse que entrará com medidas cabíveis para que o responsável seja punido. O caso foi registrado na Central de Flagrantes de Goiânia.
Já o Ministério do Esporte repudiou o ato de violência e classificou a ação como inaceitável, que vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem ser garantidos em todos envolvidos no esporte.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) também informou que vai investigar o que levou o policial a disparar o tiro com bala de borracha contra o goleiro. A apuração será feita pelo Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Gaesp).
Nota da Polícia Militar
“Em resposta à solicitação sobre o fato ocorrido no final da partida entre Grêmio Anápolis e Centro-Oeste, no Estádio Jonas Duarte, em Anápolis, a Polícia Militar informa que foi determinado imediatamente a abertura de procedimento administrativo para apurar os fatos com o devido rigor.
Ressaltamos que o disparo efetuado foi feito com munição de elastômero, conhecida como “bala de borracha”, armamento menos que letal.
A Polícia Militar de Goiás reafirma seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros.”
Nota Ministério Público de Goiás
“O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança Pública (Gaesp), instaurou de ofício (por iniciativa própria) procedimento visando apurar as circunstâncias do disparo de arma de munição de borracha contra o atleta Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, na noite de ontem (10/7), para eventual responsabilização do policial militar envolvido no fato.
Estão sendo realizadas diligências investigatórias, tendo sido requisitadas informações sobre medidas adotadas pelo Comando de Correições e Disciplina da Polícia Militar de Goiás.”
Nota Ministério do Esporte
“É com grande consternação que o Ministério do Esporte tomou conhecimento dos lamentáveis acontecimentos ocorridos durante a partida de futebol entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste, pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano.
A ação desproporcional e violenta por parte da Polícia Militar, que culminou no disparo de uma bala de borracha contra o goleiro Ramón Souza, é inaceitável e deve ser veementemente repudiada. Este tipo de conduta vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem ser garantidos a todos os envolvidos no esporte.
Nos solidarizamos com o jogador, vítima desta ação desmedida, e com toda a equipe do Grêmio Anápolis, que presenciou e sofreu os impactos deste ato de violência. É inadmissível que profissionais do esporte, que dedicam suas vidas à prática e promoção do futebol, sejam expostos a situações de tamanha agressividade.
Este episódio reforça a necessidade urgente de uma revisão nos procedimentos, garantindo que a atuação policial seja sempre pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela proteção dos indivíduos.
Reiteramos nossa confiança na capacidade das autoridades competentes em conduzir uma investigação rigorosa e transparente, que leve à responsabilização dos envolvidos e à implementação de medidas que impeçam a repetição de tais fatos. É imperativo que se restabeleça a confiança na atuação policial, assegurando que episódios de violência não se tornem uma constante nos campos de futebol.
Por fim, destacamos nosso compromisso com a promoção de um ambiente seguro e justo para todos os profissionais e amantes do esporte. Continuaremos lutando por um futebol onde o respeito, a segurança e a integridade física e moral de todos sejam prioridades absolutas, reafirmando nossa posição contra qualquer forma de violência e abuso.”
Nota do Grêmio Anápolis:
“O Grêmio Anápolis vem a público repudiar o lamentável, ridículo, revoltante acontecimento, no Estádio Jonas Duarte, na noite desta quarta-feira (10). Após o final da partida contra a equipe do Centro Oeste, nosso goleiro Ramón Souza foi atingido de forma covarde por um tiro de bala de borracha, efetuado por um policial da Companhia de Policiamento Especializado (CPE).
Um ato horrível, inacreditável e criminoso de alguém que deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas, que ali estavam no Estádio Jonas Duarte. O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo e horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido.
O GEA informa que entrará com medidas cabíveis, para que o responsável seja punido e que a justiça seja feita, para que este ato CRIMINOSO, não fique impune. Nosso goleiro foi atendido em campo pelo médico do GEA, Dr. Diego Bento, que dentro da UTI móvel realizou os primeiros socorros.”