Nos últimos dois anos, o estado do Tocantins tem enfrentado uma crescente nos registros de casos de picadas de aranha. A situação tem preocupado as autoridades.
Mais de 320 casos foram registrados nesse período, evidenciando a importância de se tomar precauções ao lidar com esses aracnídeos. Desde janeiro até a segunda quinzena de 2024, foram registrados no Tocantins um total de 57 casos de pessoas picadas por aranhas.
Casos de picadas de aranha
Um exemplo recente é o ocorrido com a radialista Polyana Siqueira, que estava realizando a limpeza da janela de sua casa quando uma aranha marrom caiu em seu ombro.
Embora o animal não fosse de grande porte e aparentemente não representasse perigo, Polyana relatou que a aranha acabou caindo em sua perna ao tentar se livrar dela, resultando em uma picada.
Inicialmente, ela não sentiu nada, mas cerca de seis horas depois, começaram a surgir sintomas como vermelhidão e leve dor. O desconforto persistiu durante a noite e, na manhã seguinte, a área estava bastante inchada, dificultando até mesmo o ato de caminhar. Diante disso, Polyana buscou atendimento médico, sendo medicada e orientada a fazer uso de antibióticos.
No entanto, no domingo seguinte, ela acordou com intensas dores, um inchaço considerável, inclusive no rosto, e uma forte dor de cabeça. Preocupada com a gravidade dos sintomas, ela retornou ao hospital e acabou sendo internada por oito dias.
Outro caso aconteceu no ano passado, quando um cantor de forró também foi picado por uma aranha e acabou falecendo após demorar a buscar atendimento médico. Sua enteada também foi vítima de uma picada.
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135 famílias de aranhas são identificadas no Tocantins
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Tocantins registrou 342 casos de acidentes com aranhas no ano passado, sendo 69 apenas no mês de novembro. Número que ultrapassou o total de ocorrências de todo o ano de 2022, que teve 304 casos registrados.
A bióloga e aracnóloga Kássia Madaleno afirma que existem mais de 135 famílias de aranhas identificadas no estado do Tocantins, mas esse número pode ser ainda maior. No entanto, apenas três tipos são considerados de “interesse médico” por poderem causar acidentes graves ou serem usados na produção de medicamentos. São eles: aranhas marrons, aranhas armadeiras e viúvas marrons.
Conforme a bióloga, a maioria dos acidentes com aranhas não leva à morte, desde que a vítima procure atendimento médico imediatamente. É recomendado levar o animal que causou a picada, se possível, para facilitar a identificação e o tratamento adequado.
Para evitar acidentes com aranhas, é recomendado não matá-las, pois são animais importantes para o ecossistema. Caso seja necessário capturá-las, é importante usar um objeto que não permita o contato direto com o animal. Inseticidas não são eficazes contra aranhas, já que elas não são insetos. Também é recomendado evitar esmagá-las ou colocar fogo nelas. Se não se sentir seguro para capturá-las, é melhor deixá-las sair da residência por conta própria.
A bióloga orienta que, em caso de acidente com animais peçonhentos, é fundamental procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível. As unidades de soroterapia espalhadas pelo estado oferecem atendimento e administração de soros antipeçonhentos.