O goleiro do Grêmio Anápolis, Ramón Souza, que foi baleado com uma bala de borracha por um policial militar (PM) após um jogo contra o Centro-Oeste, realizado em Anápolis, falou sobre o momento que foi atingido.
Em entrevista, Ramón disse que pediu para que o policial abaixasse a arma e afirma que está com o psicológico abalado. Além disso, contou que se desesperou no momento que foi atingido.
Ramón detalhou que, durante a confusão na beirada do gramado, percebeu que o policial estava com a arma apontada para o rosto do amigo, por isso, pediu que ele abaixasse.
“Ele empurrou um dos nossos atletas e apontou a arma em direção ao rosto dele. Foi o momento em que eu vi e pedi para ele abaixar a arma. Ele pegou, falou ‘vai para trás’ e quando eu dei um passo para trás ele efetuou o disparo”.
O goleiro conta que não acreditou no que aconteceu e se desesperou no momento. Além disso, detalhou que ficou com o psicológico abalado com a situação.
“Nem acreditei. Na hora eu me desesperei um pouco. A gente fica abalado psicologicamente pela situação”.
O atleta ainda contou que sentiu muita dor na hora e que a lesão interfere em alguns movimentos. Ramón afirmou que não conseguirá concluir o campeonato.
“O campeonato faltam dois jogos para acabar, duas rodadas. Não tem probabilidade de eu jogar”, lamentou.
Entenda o caso do goleiro que foi baleado por PM
O goleiro Ramón Souza foi baleado com uma bala de borracha por um policial militar após uma partida da equipe contra o Centro-Oeste, pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano, na noite desta quarta-feira (10).
O caso aconteceu logo após o término do jogo, em Anápolis, quando as duas equipes discutiam na beirada do campo. Os policiais estavam no local separando a confusão.
Em determinado momento, um dos militares empurrou um jogador do Grêmio Anápolis e o goleiro foi confrontá-lo. Em seguida, o policial apontou a arma e disparou na perna do atleta.
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Em nota, o Grêmio Anápolis ainda informou que vai entrar com todas as medidas cabíveis para que o responsável seja punido.
De acordo com o Ministério do Esporte, a ação foi desproporcional e violenta e deve ser repudiada. Além disso, argumentou que a conduta do policial vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem ser garantidos a todos os envolvidos no esporte.
A Polícia Militar afirmou que abriu procedimento para apurar os fatos e salientou que o disparo efetuado foi feito com munição de elastômero, conhecida como “bala de borracha”, armamento menos letal.
- Mais sobre o caso: Goleiro baleado por PM em jogo: Ministério do Esporte diz que ação foi desproporcional e violenta
Nota Polícia Militar
“A Polícia Militar informa que, diante do ocorrido no final da partida entre Grêmio Anápolis e Centro-Oeste, foi determinada, de imediato, a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria para apurar os fatos com o devido rigor.
Ressaltamos que o disparo efetuado foi feito com munição de elastômero, conhecida como “bala de borracha”, armamento menos letal.
A Polícia Militar de Goiás reafirma seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros.”