Dois policiais militares foram presos suspeitos de matar um técnico de instalação de internet e alterar a cena do crime, em Goiânia.
Conforme a investigação da Polícia Civil (PC), os policiais foram chamados para atender uma ocorrência de tentativa de estupro.
PMs suspeitos de matar técnico
Conforme a investigação, no último dia 12 de junho, uma jovem de 27 anos estava com problemas na internet de casa e pediu um serviço de manutenção presencial. Porém ela contou que durante o trabalho, o técnico teria se aproximado dela e a beijado na boca sem que ela permitisse.
Após afastá-lo, segundo a investigação, a jovem chamou duas amigas, que foram até a casa dela e bateram no técnico.
Com base no Boletim de Ocorrência (BO), os policiais foram até a casa da jovem e após testemunhas mostrarem para onde o técnico fugiu, começaram as buscas por ele.
Os PMs ainda relatam que encontraram o técnico em um lote baldio e que tentaram abordá-lo e prendê-lo.
Segundo o relato dos policiais durante a abordagem, o técnico resistiu a prisão, bateu nos policiais e “sacou uma faca”. Neste momento, de acordo com os PMs, “para conter a injusta agressão”, atiraram três vezes contra Allan, que morreu no local.
De acordo com o relato da PC no boletim, quando os policiais civis chegaram no local do suposto confronto entre os PMs e o técnico, os peritos informaram que não encontraram estojos de bala.
Após o suposto confronto, um dos policiais realizou o exame de corpo de delito e a Polícia Científica realizou o exame cadavérico no corpo de Allan. No laudo do policial consta escoriações no braço e no do técnico, no qual consta que ele morreu após levar quatro tiros, sendo um no peito.
A PC ouviu a jovem que denunciou a tentativa de estupro, as amigas dela, a esposa do técnico e o chefe dele. Nos depoimentos, a polícia relatou que a jovem e as amigas disseram que não viram Allan com uma faca e a esposa dele afirmou que conversou com ele por videochamada durante a fuga.
A esposa de Allan ainda relatou para a polícia que o técnico tinha dois celulares, sendo um deles da empresa onde ele trabalhava. O chefe de Allan afirmou à polícia que também conversou com o funcionário minutos antes dele ser morto e que ele disse que estava com medo de ser morto.
Segundo a investigação, o técnico ainda enviou a localização dele para o chefe e pediu para ele buscá-lo. Quando o chefe chegou no local, ele foi ameaçado pelos policiais e obrigado a entregar o celular.
Com a investigação, a Polícia Civil (PC) acredita que os policiais militares forjaram a situação de confronto, mataram o técnico sem que houvesse reação dele e “plantaram” a faca no local. Alterando assim a cena do crime e devido a isso, pediram a prisão deles.
Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) informou que eles foram conduzidos ao presídio militar e que colabora com a investigação.
Confira a nota da PM
“Em resposta à solicitação sobre o caso ocorrido no Residencial Buena Vista II, a Polícia Militar informa que:
A Corregedoria da Polícia Militar está adotando todas as providências necessárias em relação ao caso. Em cumprimento à decisão judicial, os militares foram conduzidos ao presídio militar.
A Polícia Militar segue colaborando com a justiça e reitera o compromisso de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário”.