Um médico residente foi preso na manhã desta quinta-feira (20) suspeito de assédio e importunação sexual contra ao menos quatro pessoas, em Anápolis, a 55 quilômetros da capital goiana.
O mandado de prisão preventiva contra o médico foi cumprido pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Também foi cumprido mandado de busca e apreensão em desfavor do investigado.
Polícia investiga outras possíveis vítimas do médico residente
O médico residente, identificado como João Paulo Ferreira Castro, atuava em unidades de saúde da cidade e as denúncias contra ele foram formalizadas por ao menos quatro vítimas.
Entretanto, segundo a delegada Ysabela Joy, titular da Deam e responsável pelo caso, há suspeita que outras dezenas de vítimas ainda possam ser identificadas.
“Tivemos informações, diante das investigações, que são possíveis mais 53 vítimas. Pedimos que elas procurem a delegacia para denunciar, para que ele possa pagar por todos os crimes cometidos”, disse a delegada.
Informações preliminares apontam que o médico teria feito comentários e propostas indecentes às vítimas, além de toques e olhares.
De acordo com a Polícia Civil (PC), a imagem do suspeito foi divulgada nos termos da Lei 13.869/2019 e da Portaria 547/2021-PC, conforme despacho da Delegada de Polícia responsável pelo inquérito policial.
“A partir da real possibilidade de novas vítimas que possam comparecer a essa unidade especializada para prestar suas declarações, a divulgação da imagem e qualificação do preso foi autorizada nos termos da Lei 13.869/2019 e da Portaria 547/2021-PC, conforme despacho da Delegada de Polícia responsável pelo inquérito policial, de modo que a publicação de que suas imagens possa auxiliar no surgimento de novas vítimas e testemunhas que façam seu reconhecimento, além de novas provas para o inquérito.”, detalha a corporação.
A defesa do médico, representada pelo advogado Edvaldo Adriany Silva, nega os crimes e afirma que não houve nada de extravagante.
“É uma linha muito tênue essa alegação. É algo que precisa ser melhor avaliado, pois não teve nada extravagante. Além disso, não teve assédio ou importunação contra pacientes e sim, com colegas que acharam a conversa dele extravasando o bom-senso. Porém, no nosso entender, isso não aconteceu e vamos demonstrar isso ao longo do processo”.
O caso segue sendo investigado pela corporação.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
Já a Universidade onde o residente estudava, disse que já adotou as medidas administrativas pertinentes e está à disposição das autoridades para esclarecimentos.
“Em relação aos fatos que envolvem o médico residente mencionado, a Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA, esclarece:
Desde que tomou conhecimento dos referidos acontecimentos, a instituição adotou todas as medidas administrativas pertinentes e prontamente se colocou à disposição das autoridades competentes para fornecer quaisquer esclarecimentos ou informações que possam ser úteis à investigação em curso.”