Cinco policiais e dois militares se tornaram réus por envolvimento na tortura de um major durante um treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Goiás.
De acordo com a denúncia do Ministério Público os militares internaram o major escondido da família e fingiram que ele tinha contraído covid-19.
Major torturado durante treinamento
Na ocasião, a Justiça determinou que os réus não podem manter contato com a vítima, com os familiares dela e todas as testemunhas do processo.
Conforme as investigações, o major foi torturado durante o 12º Curso de Operação Especiais do Bope que teve início no dia 13 de outubro de 2021, com um aula de campo em uma fazenda localizada em Hidrolândia.
Os alunos foram submetidos a fazer flexões, polichinelos e abdominais ao ar livre e enfrentando gás lacrimogênio. A partir disso, foram agredidos com tapas na cara e pressão psicológica.
Após o major reclamar que a equipe de instrução estava sendo “rigorosa demais com ele”, o homem foi levado para um mergulho em um lago rio e logo após submetido à longas práticas de tortura contra o major.
“Todos compartilhavam do mesmo objetivo: pressionar o ofendido (major) a se desligar do curso, especialmente devido à sua posição como o oficial mais graduado entre os alunos”, alegou o MPGO.
Sequelas
Devido às inúmeras torturas, o major teve algumas sequelas.
Atualmente, ele faz intensa fisioterapia pulmonar e motora, mas ainda enfrenta sequelas renais, teve perda de força nos braços e pernas, também sofre com formigamento e choques no corpo.
Além disso, o Ministério Público ainda citou que o major ainda lida com um grande trauma emocional causado pelo sentimento de impunidade e “desprezo” de seus companheiros de farda. O documento diz que ele “nunca mais foi o mesmo”.