Natividade celebra seu aniversário de 290 anos no próximo sábado (1º). Ela é conhecida como a cidade mais antiga do Tocantins. Anteriormente parte do estado de Goiás, a cidade promete resgatar atividades tradicionais para comemorar a ocasião especial.
A alvorada emocionante, acompanhada pela banda de música Mestre Lídio, dará início ao dia festivo. Em seguida o desfile cívico, com a participação dos alunos das escolas municipais e estaduais, celebrando o orgulho de ser natividadense.
À noite, o teatro será o ponto alto, apresentando um espetáculo especial para os moradores e visitantes. O cantor Tierry também promete animar o público com seus sucessos contagiantes.
Além das atividades culturais, haverá ainda competições esportivas para aqueles que desejam mostrar seu talento e espírito esportivo.
A data é uma oportunidade para reafirmar a identidade e a história de Natividade. Com quase três séculos de existência, a cidade carrega um rico legado cultural e uma comunidade orgulhosa de suas raízes.
Natividade celebra 290 anos
O município remonta às origens do Tocantins, ao ciclo do ouro, quando os bandeirantes enfrentaram a resistência dos indígenas Xavantes e ocuparam a região Norte de Goiás, entre 1724 e 1734, dando origem ao primeiro povoamento do estado.
As relações entre colonizadores, escravos, mineiros, sertanistas, missionários e criadores de gado resultaram no sítio histórico reconhecido pelo IPHAN como Patrimônio Nacional. O casario com cerca de 250 prédios coloniais e igrejas preservadas, entre ruas estreitas construídas por escravos, guardam a memória do Tocantins.
Entre as igrejas, destacam-se a de São Benedito e a Matriz de Nossa Senhora da Natividade, de 1759. Os natividadenses veneram a imagem da padroeira do Tocantins que chegou ao estado pelo rio Tocantins e foi levada pelos escravos até o Arraial.
Os negros também ergueram a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída em pedra canga. As ruínas de Natividade são uma das referências da raça negra no coração do Brasil.
Lar de 40 mil escravos no ciclo do ouro
As tradições dos povos quilombolas também estão presentes no folclore e festas religiosas, como a do Divino Espírito Santo. O Centro Bom Jesus de Nazaré (Sítio da Jacuba) destaca-se pelas construções feitas com pedras, figuras que representam humanos, magos, pássaros gigantes e formas geométricas. O local é considerado místico pelos moradores e visitantes. O artesanato local é feito principalmente da fibra do buriti e barro.