Uma professora denunciou um estudante de 14 anos após ele escrever “preto não é gente” em uma folha de papel, em uma escola de Orizona, na região sul de Goiás.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Kennet de Souza, o adolescente irá responder por ato infracional análogo ao delito de injúria racial.
Professora denuncia professora por injúria racial
Com base no delegado, as ofensas ocorreram em abril e maio deste ano e que além da frase ‘preto não é gente’, o estudante ainda teria escrito outras frases ofensivas.
O delegado Joaquim Adorno, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), o crime de racismo é entendido como uma ofensa discriminatória contra um grupo ou coletividade, enquanto a injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro com utilização de palavras depreciativas referentes à raça, cor e origem.
“Por causa dessa diferença saiu separado no anuário. Mas é importante entender que desde 2020 a injúria racial também é considerado racismo”, destacou o delegado.
Já a delegada adjunta do Geacri, Carolina Neves, destacou que o aumento nas denúncias de casos de racismo está relacionado à difusão de conhecimento sobre o assunto e empoderamento da comunidade.
“Observamos que a população vem tomando consciência sobre as mazelas históricas e sociais geradas pelo racismo estrutural e consequentemente reivindicando direitos”, explicou.
Casos de racismo em Goiás
Os casos de racismo em Goiás triplicaram entre os anos de 2021 e 2022 conforme o Anuário de Segurança Pública divulgado em 2023.
Somente em 2021, o estado registrou 51 casos e, em 2022, esse número aumentou para 179. Além disso, os casos de injúria racial também tiveram um aumento de aproximadamente 48%, com 576 casos em 2021 e 865 em 2022.