A mulher que foi espancada por um fisiculturista em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital, morreu na noite dessa segunda-feira (20).
Marcela Luise, de 31 anos, ficou dez dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, em coma, mas acabou não resistindo aos ferimentos. A morte foi confirmada por uma tia da vítima ao G1.
A mulher deu entrada no hospital inconsciente no dia 10 de maio, com traumatismo craniano, oito costelas quebradas e escoriações pelo corpo.
O próprio fisiculturista levou a mulher à unidade de saúde, alegando que ela se machucou depois que caiu em casa. Entretanto, a equipe médica acionou a polícia depois de constatar que as informações não eram condizentes com a queda.
A delegada Bruna Coelho, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia, explica que, após tomar conhecimento do caso, equipes foram até a casa para realizar uma perícia.
“Ele disse para a equipe médica que ela estava limpando a casa quando escorregou e caiu. Segundo ele, ela convulsionou e as lesões foram causadas pela queda.”
Diante dos fatos, o homem foi preso no dia 17 de maio, próximo à residência onde o casal morava. Ele passou por audiência de custódia na tarde de segunda-feira (20) e a Justiça decidiu manter sua prisão. Ele deve responder por feminicídio.
Mulher que foi espancada por fisiculturista solicitou medida protetiva
De acordo com a delegada Bruna Coelho, o fisiculturista já possui passagens pela Lei Maria da Penha com uma ex-namorada e com a própria vítima. Entretanto, a medida de Marcela foi arquivada depois que eles reataram o relacionamento.
“[Ela teve] medida protetiva deferida, contudo eles reataram e a medida foi arquivada. Eles moravam em Brasília. Ali teve um inquérito de lesão corporal, inclusive, nós acreditamos, com os mesmos modus operandi, murros, chutes e socos”.
Defesa do suspeito
Em nota, a defesa do suspeito falou sobre a prisão preventiva decretada ao suspeito, pedindo para que seja substituída por medidas cautelares. Além disso, afirmou que ele não interferiu no andamento das investigações. Confira a íntegra:
“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise, e continuará pronunciando apenas com relação às investigações. Sobre a decretação da prisão preventiva do Sr. Igor no ponto de vista da defesa não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal.
Explico, o Igor possui profissão licita, é Nutricionista e Educador Físico, endereço fixo, é primário, em momento algum existe algo no processo que ele interferiu no bom andamento da investigação, pelo contrário a Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário a fim de realizar pericia, e ele autorizou. Perícia essa que teve como resultado inconclusiva. Importante salientar que o colega Advogado que estava acompanhando o Igor, naquela oportunidade, já havia ido na Delegacia e colocado o Igor à disposição da Autoridade Policial . Até o presente momento o Igor não foi ouvido.
A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferente do cárcere. Todo e qualquer manifestação adicional se dará preferencialmente nos autos processuais. Reiteremos ainda nossa total confiança no Poder Judiciário para a elucidação do caso em comento, buscando sempre a preservação dos incisos LV e LVII, art. 5º, (LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;) positivados na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.”