Um paciente morreu com falta de ar enquanto esperava uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiânia.
Conforme uma médica, profissionais da saúde também denunciam sucateamento do serviço e demora no atendimento aos pacientes.
Morte de paciente após demora de Samu
A médica que denuncia o caso, contou que o paciente era asmático e precisou de socorro, porém só havia uma ambulância para atender todas as ocorrências da capital. A mulher ainda alegou que por conta da falta de outra viatura do Samu, a vítima esperou mais de 30 minutos e acabou não resistindo.
O paciente morreu por falta de ar porque não tinha viatura. Eu era a única viatura para atender Goiânia inteira e cheguei lá com 32 minutos. Ele já estava roxo eu não pude fazer nada. […]. Eu demorei 32 minutos para chegar, eu estava sozinha. Ele morreu por falta de atendimento”, disse a médica.
A médica ainda informou que se sentiu constrangida após não conseguir chegar a tempo para salvar o paciente. Conforme ela, o problema de demora no atendimento e falta de profissionais e ambulâncias iniciou durante a pandemia da covid-19.
“A gente fica seis anos estudando medicina e se especializando para ver pessoas morrerem por falta de atendimento, isso dói muito. A gente também está pedindo socorro, está muito difícil”, desabafou.
Após o caso, por meio de nota a Secretaria de Saúde de Goiânia diz que o Sumi conta com 59 médicos divididos em plantões de atendimento nas ambulâncias e regulação, que fazem a triagem das ocorrências e alegou que não há processo conclusivo de óbitos causados por omissão de socorro.
Confira a nota completa
“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que dos sete médicos do Samu escalados para atuarem no plantão diurno, desta segunda-feira, nas três ambulâncias de Serviço Avançado (USA), e na regulação, somente três compareceram. Os demais informaram que apresentarão atestado médico. Na tentativa de amenizar o problema, um dos médicos da regulação assumiu uma das USA. O plantão noturno está com equipe completa de sete médicos.
Atualmente, o Samu conta 59 médicos que atuam em três Unidades de Serviço Avançado e na regulação. Do total, 38 são efetivos que cumprem sete plantões mensais, de 12 horas, cada um. Os outros 21, são credenciados e fazem 10 plantões de 12 horas.
A secretaria já solicitou informações sobre os motivos da não transferência da paciente para o Hospital e Maternidade Célia Câmera, uma vez que o plantão estava completo no dia do ocorrido.
Informa também que todas as denúncias referentes ao serviço prestado pelo Samu são investigadas pela ouvidoria do município e Ministério Público. Não há nenhum processo conclusivo de óbito que teria sido causado por omissão de socorro.
Para evitar esse tipo de imprevisto, que desarticula a rede de atendimento à população, a secretaria trabalha para mudar o modelo de funcionamento do Samu”.