Quatro secretarias da Prefeitura de Goiânia entraram na mira da Polícia Civil de Goiás em operação que apura suposto esquema de corrupção.
Entre os crimes investigados estão fraude em licitações e contratos, modificação irregular de contratos, peculato, corrupção ativa e passiva e constituição de organização criminosa.
Na centro das investigações estão a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretária Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).
Apreensões
A Polícia Civil cumpriu 32 mandados de busca e apreensão no Paço Municipal e na residência de envolvidos no suposto esquema. No total, são 25 mandados contra pessoas físicas, 3 em sedes de empresas e 4 em sedes de órgãos públicos municipais.
Na casa do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Silva, a polícia apreendeu R$ 431 mil em espécie.
Na casa do presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Luan Deodato Machado Alves, a polícia encontrou diversas armas, que não foram apreendidas uma vez que são documentadas e de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Ainda conforme as investigações, o presidente da Amma teria uma empresa de comercialização de armas que é regularizada.
Os outros alvos da operação, de acordo com a Delegacia Estadual de Combate a Corrupção (DECCOR) são: Denes Pereira Alves, secretário municipal de Infraestrutura Urbana e ex-secretário municipal de Administração, o qual acumulou os referidos cargos até o final do ano passado; Edimar Ferreira da Silva, diretor de urbanismo da Comurg; e Adriano Renato Gouveia, diretor administrativo financeiro da Comurg.
Em coletiva de imprensa, o prefeito Rogério Cruz informou que o Paço vai pedir o afastamento do presidente da Comurg e dos outros funcionários da companhia que estão sendo investigados. Na ocasião, ele estava acompanhado dos investigados Luan Alves, presidente da Amma, e Denes Pereira, secretário de Infraestrutura da cidade.
Suposto esquema de corrupção
De acordo com as investigações, as fraudes aconteciam por meio de licitações que envolveram recapeamento da malha asfáltica. De acordo com a Deccor, os contratos chegam a mais de R$ 50 milhões.
As investigações apontam que empresas envolvidas no esquema ofertavam lances para vencer licitações com preços abaixo do preço de custo de produto que é vendido pela Petrobras, que é a única fornecedora deste tipo de material.
Entretanto, as empresas não possuíam autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para comercializar os produtos. Para vencer, apresentaram certidões falsas, que pertenciam a outra empresa do Amazonas.
Segundo o prefeito, apesar das investigações, as obras que estão em andamento na cidade não serão paralisadas.
Prefeitura de Goiânia
“A Prefeitura de Goiânia informa que colabora com as investigações da Polícia Civil e está contribuindo com o acesso de equipes de policiais aos locais que estão sendo visitados para coleta de equipamentos ou documentos.
A Prefeitura de Goiânia reúne informações sobre o objeto das investigações para prestar todos os esclarecimentos com transparência.
A Prefeitura de Goiânia reforça o seu compromisso com a transparência pública e acredita na elucidação dos fatos por parte das forças policiais de investigação.”