O número de mortes por dengue em Goiás segue subindo. Uma nova atualização da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), feita nesta quinta-feira (29/2), aponta que o estado já registra 36 óbitos.
Outras 55 mortes suspeitas ainda aguardam análise do Comitê Estadual de Investigação de Óbitos Suspeitos por Arboviroses.
As mortes por dengue foram registradas em 16 cidades diferentes, sendo os municípios de Anápolis e Luziânia os que mais contabilizam óbitos, com 7 confirmados em cada.
Já em relação a chikungunya, uma morte foi confirmada essa semana pelo comitê estadual. Trata-se de uma idosa, de 72 anos, natural de Serranópolis, no sudoeste goiano.
Força-tarefa para otimizar investigação de mortes suspeitas de dengue e Chikungunya
A SES-GO criou uma força-tarefa para otimizar o trabalho de investigação dos óbitos suspeitos de arboviroses, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
A estratégia implementada na Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) inclui o reforço de profissionais de saúde adicionais para analisar os registros de óbitos feitos pelos municípios goianos por meio dos prontuários médicos.
O comitê, que anteriormente se reunia semanalmente, agora conduz análises quase que diariamente. Essa maior rapidez no processo resultou em um aumento de mais de 200% no encerramento das investigações de óbitos relacionados à dengue no estado. Em 21 de fevereiro, por exemplo, Goiás contava apenas com 9 mortes confirmadas e outras 66 em fase de investigação.
Cenário epidemiológico
Atualmente, Goiás contabiliza 33.538 casos confirmados de dengue, e mais 78.798 casos notificados. Em comparação com os casos notificados nas oito primeiras semanas de 2024 (75.090) com o mesmo período de 2023 (23.936), observa-se um aumento significativo de 213% nos registros de dengue no estado.
Apenas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, a Regulação Estadual já registrou 879 internações por dengue nas unidades de saúde estaduais, um aumento expressivo em comparação com as 83 internações registradas no mesmo período do ano anterior.
A situação epidemiológica torna-se ainda mais preocupante com o primeiro registro do sorotipo 4 em Goiás. Um exame de biologia molecular, realizado no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), confirmou um caso em Goiânia.
Atualmente, o sorotipo 1 da doença ainda é o mais predominante, correspondendo a 62% dos registros, havendo também um aumento nos casos do sorotipo 2, considerado mais grave.
“A gente até já teve em Goiás três sorotipos circulantes em alguns momentos, mas não nesse volume de casos que estamos vendo agora e principalmente casos graves. Então esse é mais um motivo de alerta”, pontuou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.
No caso da chikungunya, já são 1.926 confirmações e 2.594 casos notificados. Ainda não há vacina específica para a doença, então a principal forma de prevenção é eliminar criadouros do mosquito.
Atualmente, 114 municípios goianos estão em situação de emergência para arboviroses. Além disso, Goiás é o quinto estado com a maior incidência de casos por 100 mil habitantes (857,0).