A Caverna dos Ecos, localizada em Cocalzinho de Goiás, no noroeste do estado, é considerada a maior caverna composta por rocha micaxisto do Brasil.
Além disso, o local abriga o maior lago subterrâneo da América Latina em cavernas formadas por este tipo de rocha. As informações são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Caverna dos Ecos
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Com 1.811 metros de projeção horizontal e água transparente, a Caverna dos Ecos está localizada em uma propriedade privada e tem o turismo restrito. Ela foi apresentada à comunidade de forma oficial em 1976.
De acordo com o geólogo e analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas do ICMBio, José Carlos Ribeiro Reino, a caverna é a maior em micaxisto do Brasil.
“É o maior lago, se não o único, em cavernas formadas em micaxisto. Vale ressaltar que são poucas cavernas nessa litologia. Ela figura como a maior em micaxisto do Brasil, mas não é citada se também é a maior do mundo nesse tipo de rocha”, explica.
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Interditada para turismo desde 2001, poucos guias tem autorização para levar pessoas até o local, mas a liberação total para visitação só ocorre com um plano de manejo.
O geólogo destaca que a visitação também é um desafio, visto que a caverna possui um desnível acima de 40 metros em relação à superfície e há percurso entre blocos desmoronados e úmidos.
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A formação da Caverna dos Ecos, de acordo com José Carlos, teria ocorrido durante o Quaternário, uma época geológica que se estende desde cerca de 2,6 milhões de anos atrás até os dias atuais. A crença é baseada no fato de que as cavernas possuem feições geomorfológicas relativamente recentes quando comparadas à formação das rochas que as compõem.
No entanto, a falta de estudos e pesquisas específicas sobre a gênese da Caverna dos Ecos torna difícil confirmar a real idade.
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Conforme apontado pelo analista ambiental, a Caverna também abriga o Morceguinho-do-Cerrado, cientificamente conhecido como Lonchophylla dekeyseri.
Esta espécie, classificada como Em Perigo (EN) de extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é nativa do Brasil, com registros confirmados nos estados de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.