A pena da advogada suspeita de matar o ex-sogro e mãe dele pode chegar a mais de 100 anos de prisão. A informação foi dada pelo delegado Carlos Alfama, que investiga o caso, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (17/1).
A investigada deve responder por dois homicídios duplamente qualificados e duas tentativas de homicídio. Há ainda uma qualificadora em razão da idade das vítimas.
As vítimas fatais são Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e Luzia Alves, de 85. Já os homicídios tentados foram praticados em desfavor do avô e do tio do ex-namorado da investigada.
Conforme as investigações, ela teria oferecido o bolo envenenado para todas as vítimas, mas os dois homens não comeram, um porque é diabético e outro alegou que perderia o apetite para o almoço.
“A Polícia decidiu indiciá-la por dois homicídios consumados, duplamente qualificados, e por duas tentativas de homicídio. Uma tentativa contra o seu João e uma tentativa contra o Beto. As penas somadas nesse grau podem chegar a mais de 100 anos de reclusão”, disse o delegado.
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Denúncia do MPGO
Nesta quarta-feira (17), o Ministério Público de Goiás (MPGO) decidiu denunciar a advogada por dois homicídios triplamente qualificados: com o emprego de meio insidioso (com emprego de veneno), por motivo torpe (forma de vingança contra o ex-namorado) e também cometidos mediante dissimulação. Ela também foi denunciada pelas tentativas de homicídio.
” A denunciada, de forma dissimulada, ministrou substância química dentro dos bolos de pote a fim de ocultar para quem fosse consumir, sabendo que lhes causaria intoxicação.”, afirmou o MPGO.
O MP pede ainda que seja determinada a reparação dos prejuízos materiais e morais sofridos pelas vítimas.
Em nota, a defesa da advogada informou que se manifestará apenas em juízo sobre as acusações. (Confira nota abaixo)
Veneno
De acordo com as investigações, a advogada comprou o veneno no dia 8 de dezembro, pela internet no valor de R$ 64,80. A substância foi entregue na casa dela e, depois, transportada até Goiânia por um motorista de aplicativo.
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O envenenamento aconteceu no dia 17 de dezembro, quando a suspeita foi à casa da família levando o café manhã com pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote.
Conforme as investigações, ela comprou 100 ml de veneno, quantidade suficiente para matar diversas pessoas. A substância, segundo laudo pericial, é considerada muito potente, não tem odor ou sabor.
A polícia também descobriu que a investigada pesquisou sobre o veneno e o que ele causava. No histórico, foram identificadas pesquisas como “se tem como descobrir envenenamento”, se o veneno usado “tem gosto”, se “intoxicação alimentar mata” e sobre “análise de material biológico”.
Defesa da advogada suspeita de matar ex-sogro e mãe dele
“Os advogados que representam a Senhora Amanda P. Mortoza informam que tomaram conhecimento há pouco, pela imprensa, do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Em razão da complexidade das imputações e, para que não se trave um debate público quanto a argumentos que devem ser tratados no âmbito do devido processo legal, comunicamos que somente nos manifestaremos em juízo”.