Um homem que foi preso e acusado sem provas de estuprar e matar uma mulher em Anápolis, em 1991, foi indenizado após 32 anos do acontecimento do suposto crime.
Na ocasião, o homem foi confundido com um assassino e chegou a ser torturado. A prisão ocorreu em março de 1991 e ele foi liberado no dia 21 quando o verdadeiro autor do crime apareceu.
Homem preso por engano recebe indenização
Na época da prisão, o homem era trabalhador braçal e tinha 29 anos. Ele citou que levou chutes, socos, tapas, choque elétrico e ainda foi colocado em um “pau de arara”.
“Eles só me disseram, você está preso, pegaram e me levaram, e eu falado que não foi eu, e já foram me dando pancada”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública justificou que em 1991 as apurações das condutas dos policiais civis envolvidos na prisão injusta de Albino foram encaminhadas ao Poder Judiciário, mas o Tribunal de Justiça de Goiás informou que o caso foi prescrevido em 1997 e os réus não chegaram a ser julgados.
Após quatro anos da saída da prisão, em 1995 o homem procurou a Justiça e passou 18 anos nos tribunais tentando provar o erro do estado. Apenas em 2013 que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) se posicionou a favor pela indenização.
Após isso, os advogados perderam o contato com o homem e iniciou uma busca por ele para receber a indenização do estado. Os advogados a procuraram por 10 anos e somente em 2023 conseguiram encontrar para que ele recebesse a indenização.
Vida após indenização
Por muito tempo o homem foi catador de lixo e chegou a perder seus documentos em uma enchente, na época ele não tinha endereço fixo e vivia em situação de rua. O homem chegou a morar em um canil abandonado na cidade de Caldas Novas.
Com o dinheiro da indenização, o homem conseguiu comprar uma casa e alega que almeja um futuro melhor.
“Minha vida mudou depois dessa casa. Vou continuar minha vida, meu trabalho e na honestidade com a certeza de que o que eu quero, eu vou fazer”, relatou.