A advogada suspeita de duplo envenenamento, do ex-sogro e da mãe dele, teria convidado a ex-sogra para acompanhá-la em uma ultrassonografia gestacional.
Entretanto, segundo as investigações da Polícia Civil (PC), a mulher não estava grávida, visto que um exame Beta HCG feito quando ela foi presa apresentou resultado negativo.
De acordo com a viúva de Leonardo, Eliane Lino, a advogada enviava fotos de ultrassons e outros exames com frequência. Além disso, ela também dizia que estava com gravidez de risco e chegou a enviar fotos de sangue no vaso sanitário, alegando que estava com sangramentos.
“Ela me mandava exames direto. Exames que ela estava fazendo porque estava com anemia. Me mandou seis ultrassons. E eu ainda questionei: ‘você não está fazendo muita ultrassom?’. Ela me falou: ‘Não faz mal, eu faço com meu tio que é médico aqui em Itumbiara”.
A ex-sogra ainda conta que três dias antes do envenenamento ela mandou imagens de uma nova ultrassonografia e a convidou para acompanhá-la no próximo exame. Ela disse que diversos familiares já teriam a acompanhado e era ‘emocionante’.
“Minha família toda assistiu, meu irmão, minha mãe, minha avó, todo mundo assistiu. Três dias antes do ocorrido ela me mandou uma nova ultrassom feita aqui em Goiânia e me perguntou se eu não gostaria de acompanhá-la na próxima ultrassom, porque era muito emocionante.”
- Mais sobre o caso: Veneno usado para matar mãe e filho foi comprado na internet pela advogada
Segundo a Polícia Civil, durante o cumprimento de mandados na casa da suspeita foram encontrados outros exames de gravidez, todos com resultados negativos, com datas de agosto e setembro. Diante disso, foi concluído que ela não esteve grávida.
Além disso, a polícia descobriu que a advogada teria assumido a mesma conduta com outros namorados, simulando uma gravidez para reatar relacionamento ou conseguir dinheiro.
A defesa da advogada disse que vai se manifestar apenas nos autos do processo.
Advogada suspeita de duplo envenenamento foi ao hospital após a morte das vítimas
Ainda em entrevista do Fantástico, da TV Globo, Eliane Lino contou que a advogada foi até o hospital no dia dos falecimentos, abraçou o ex-namorado, mas não chorou.
A mulher conta que a advogada demonstrou frieza, mas esperava uma atitude diferente, pois ela se mostrava ser outra pessoa.
“Eu olhava para ela e não tinha uma lágrima, não tinha nada. […] Eu esperava que quando ela chegasse, estaria aos prantos pela menina que ela era.”
Relembre o caso
O caso começou a ser investigado no dia 18 de dezembro, após a morte de Leonardo. A família se reuniu para um café da manhã e, cerca de três horas depois, ele e a mãe começaram a passar mal com dores abdominais, diarreia e vômitos. Ambos foram levados para o hospital, mas não resistiram e acabaram falecendo.
Além das vítimas, estavam no café da manhã o pai de Leonardo, que não ingeriu alimentos, e a ex-nora, apontada como a principal suspeita do crime.
Durante as investigações, a polícia também descobriu uma série de ameaças contra o filho de Leonardo e à família, que teriam vindo da advogada.
Mais sobre o caso: