A Polícia Civil de Goiás (PCGO) apresentou nesta sexta-feira (29/12) a conclusão do inquérito que investiga a morte por envenenamento de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86.
Durante coletiva de imprensa, novos detalhes foram apresentados, inclusive de outros crimes cometidos pela suspeita em Goiás e outras unidades da federação.
Outros crimes cometidos pela advogada
De acordo com o delegado Carlos Alfama, lotado na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), após a divulgação o caso outros crimes cometidos pela suspeita vieram à tona.
A polícia descobriu que ela teria extorquido e chantageado um outro ex-namorado no Rio de Janeiro. Ela teria fingido uma gravidez para pedir dinheiro e tentar reatar o relacionamento. Entretanto, segundo o ex, ela teria sumido posteriormente.
Além disso, a polícia ainda descobriu que a mesma conduta teria sido cometida contra outros cinco homens, de fingir gravidez para pegar dinheiro e manter o relacionamento, entretanto, os mesmos não fizeram comunicação de crime.
As apurações também apontam que há uma investigação contra a advogada de crime sexual envolvendo menores de 10 a 16 anos, em Itumbiara.
A tipificação do crime é baseada no Artigo 243 do Estatuto da criança e do Adolescente, de vender, fornecer, servir, ministrar, entregar, produtos que possam causar dependência a criança ou adolescente. Os detalhes do caso são mantidos em sigilo, por envolver menores.
Há também outros registros de crimes no Rio de Janeiro, como fraude por estelionato. Segundo a polícia, a advogada vendia ingressos falsos para shows, porém não entregava ou devolvia o dinheiro das vítimas.
Agora, com o caso de envenenamento, ela deve responder por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e envenenamento. Além disso, terá uma qualificadora, em razão da idade de Luzia. Ela também deve responder por tentativa de homicídio qualificado contra o pai de Leonardo, que estava presente no café da manhã, porém não comeu os doces pois possui diabetes.
De acordo com o delegado Carlos Alfama, mais de 50 horas de câmeras de segurança foram juntados ao inquérito. Com trajetos da suspeita desde a quinta-feira antes do crime até o momento da prisão. O inquérito possui mais de 350 páginas e mais de 40 pessoas foram ouvidas.
Relembre o caso de envenenamento
O caso começou a ser investigado no dia 18 de dezembro, após a morte de Leonardo. A família se reuniu para um café da manhã e, cerca de três horas depois, ele e a mãe começaram a passar mal com dores abdominais, diarreia e vômitos. Ambos foram levados para o hospital, mas não resistiram e acabaram falecendo.
Além das vítimas, estavam no café da manhã o pai de Leonardo, que não ingeriu alimentos, e a ex-nora, apontada como a principal suspeita do crime.
A polícia revelou que as visitas da mulher à família do ex-namorado eram frequentes e ele ficava incomodado com a situação, pedindo até que diminuísse as idas ao local.
Nota da defesa
Os advogados que representam a senhora Amanda Partata informam que aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial.
Quanto a prisão da senhora Amanda Partata consideramos que se efetivou de forma ilegal na medida em que realizada no período noturno em hospital onde se encontrava internada sob cuidados médicos.
Destaque-se, ainda, que a senhora Amanda Partata compareceu voluntariamente à Delegacia de Investigação de Homicídios, entregou objetos e documentos e, por intermédio de seus advogados, deu plena ciência à Autoridade Policial da sua localização e estado de saúde. As medidas judiciais para preservação e restabelecimento da legalidade serão adotadas oportunamente.
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