A dona da doceria em Goiânia que foi alvo nas redes sociais após ter o nome do seu estabelecimento envolvido em duas mortes, alegou estar aliviada após a polícia desvendar o caso.
O governador Ronaldo Caiado (UB) esteve na doceria na manhã desta sexta-feira (22/12), em Goiânia, e prestou apoio à empresária.
Polícia descarta responsabilidade de doceria
A doceria estava sendo associada no caso da morte de duas pessoas que consumiram os produtos da loja. Na ocasião, Leonardo Pereira Alves (58 anos) e Luiza Alves (86 anos), morreram envenenados durante um café da manhã no último domingo (17/12), onde consumiram diversos produtos, dentre eles, da doceria.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, a principal suspeita do crime é a ex-nora de Leonardo, que não aceitava o fim do relacionamento com o filho da vítima e acabou envenenando o ex-sogro e a mãe dele.
Conforme a empresária, o alívio para ela e toda a empresa ocorreu somente após a nota oficial da Polícia Civil, que descartou qualquer tipo de erro da doceria.
“Eu fiquei muito aliviada de ouvir deles, porque no fundo a gente já sabia. Hoje, o mundo muda muito rápido, então eu não celebro nada da minha vida de última hora. Eu não parei de orar pelas pessoas que fizeram isso, eu orava a todo momento”, disse Mariana Perdomo.
Com a conclusão da polícia, um grupo de clientes e amigos da empresária realizaram um ato de apoio na quarta-feira (20/12), na unidade localizada no Setor Bueno, onde se mobilizaram em frente ao drive-thru e visitaram a empresária que estava atendendo pessoalmente os clientes no local.
O governador de Goiás também manifestou apoio à empresária e aproveitou para destacar a eficiência da doceria e o papel da polícia em dar uma resposta rápida para o caso.
“Fiz questão de vir aqui hoje, também para atestar a eficiência da nossa polícia. Isso aconteceu no dia 17, hoje é dia 22 e tudo já está esclarecido. Todas as áreas do governo agiram rapidamente para elucidar. Nãos podíamos ver a destruição da trajetória vitoriosa dessa jovem […]. Essa jovem realmente é um orgulho para o estado de Goiás. Gostaria que todos os jovens do estado pudessem seguir o que ela fez na vida, por meio de mérito próprio, construiu isso aqui em um espaço de tempo, destacou.
Por sua vez, a empresária agradeceu pelo apoio que recebeu nos últimos dias e afirmou estar honrada pelos esclarecimentos e por poder continuar contribuindo com a vida de seus clientes e funcionários.
Quando tudo aconteceu eu falei ‘Deus, vou enfrentar uma barra muito grande nesses próximos dias’. Na minha cabeça até tudo se esclarecer ia demorar um tempo muito grande e eu precisaria dispensar muitas pessoas. Mas só foram quatro dias, tudo se resolveu e agora estou aqui na glória. Isso é um benção”, comemorou.
Loja esvaziadas após a repercussão do caso
Em coletiva de imprensa, a empresária informou que as acusações afetaram diretamente o negócio, que ficou com as lojas ficaram vazias nos primeiros dias de investigação.
“Completamente vazias, uma equipe completamente abalada por causa da exposição porque todo mundo sabe que tem que sustentar família. Fora a quantidade de pessoas que indiretamente dependem do nosso trabalho”, disse.
A empresária destacou ainda que, durante todos esses dias, o que a manteve de pé foi a fé, pois ele têm 200 colaboradores que dependem do emprego para garantir o sustento às famílias.
- Confira os detalhes: Polícia prende suspeita de matar ex-sogro e mãe dele envenenados, em Goiânia
A dona da doceria começou a vender bolo no pote ainda nas feiras da capital e atualmente já conta com cinco lojas físicas, sendo em Goiânia, Anápolis e Brasília, além do serviço de delivery.
Relembre o caso
O caso da morte das duas vítimas ganhou repercussão após a filha de Leonardo, fazer uma homenagem ao pai nas redes socias e mencionar que o pai e a avó passaram mal após ingerir alimentos de uma doceria da capital. Com as investigações, ficou constatado que a mulher suspeita pelo crime, ex-nora do homem, foi a responsável por ministrar veneno em um dos alimentos que as vítimas consumiram.
A mulher dizia estar grávida do ex-namorado e chegou a fazer um chá revelação para tentar manter um bom relacionamento com a família do ex e se reaproximar das vítimas.
A mulher, que é da cidade de Itumbiara, no interior de Goiás, estava em Goiânia desde o último dia 14 de dezembro. No dia do crime, ela saiu do hotel em que estava hospedada e comprou biscoitos, pães de queijo, suco e bolo no pote. Após comprar os alimentos, a mulher voltou para o hotel e foi com os alimentos até a casa da família do ex-namorado.
Na residência, todos tomaram café da manhã juntos, exceto o pai do Leonardo que não ingeriu nenhum alimento. A suspeita do crime também ingeriu os alimentos, só não tomou o suco, que é a principal suspeita da polícia que seja ele o alimento envenenado.
Perseguição e ameaças
A polícia alegou que a mulher estava realizando ameaças constantes sobre a família do ex-namorado, onde utilizada mais de 100 números de telefones diferentes para perseguir as vítimas.
Em uma das ocasiões, a mulher chegou a dizer ao ex-namorado que se eles não reatassem, depois não adiantaria ele chorar sobre o sangue da família. Em suas redes sociais a mulher se apresenta como psicóloga, mas não há registro na área. Ela é advogada e com registro ativo na OAB pela cidade de Itumbiara.
A polícia informou que a advogada ainda está sendo investigada por outros crimes, sendo na cidade de Itumbiara, Rio de Janeiro e entre outras. Até o momento a mulher não confessou o crime e alega que as acusações “acabaram com a sua vida”.
A polícia ainda não detalhou os próximos passou das investigações, mas deve ouvir os demais familiares das vítimas nos próximos dias, incluindo o ex-namorado da acusada pelo crime.