O caso da advogada que matou o ex-sogro e a mãe dele envenenados chocou a população goiana nesta semana. Os detalhes revelados pela Polícia Civil revelam detalhes ainda mais sórdidos.
Ameaças contra a família e perseguição ao ex-namorado revelaram as intenções da suspeita. Além disso, um chá revelação foi usado para mascarar a boa relação com a família, segundo a Polícia Civil.
Envenenamento
De acordo com a Polícia Civil, a advogada estava hospedada em um hotel em Goiânia desde o último dia 14 de dezembro. No dia do crime, ela saiu, comprou biscoitos, pães de queijo, suco e o bolo no pote.
Após comprar os alimentos, ela voltou para o hotel e, posteriormente, foi para a casa da família do ex-namorado. No local estavam as duas vítimas, Leonardo Pereira Alves (58 anos) e Luzia Tereza Alves (86 anos), além do pai de Leonardo.
Todos tomaram café da manhã juntos, exceto o pai de Leonardo, que, segundo a polícia, informou que não comeu nada. A advogada também se alimentou.
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Depois de passar cerca de três horas no local, a mulher arrumou uma carona por aplicativo e voltou para a cidade onde mora, em Itumbiara. No caminho recebeu uma mensagem do ex-sogro, informando que estava passando mal e pediu que ela procurasse um médico, pois estava grávida e, provavelmente, alguma coisa que comeram estava estragada.
Entretanto, ela só procurou atendimento médico por volta de meia noite, após a confirmação da morte do ex-sogro, conforme informou a PC.
Segundo a corporação, há suspeita que o suco tenha sido envenenado e objetivo era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos.
“Estamos realizando a busca pela substância que estava contida nos alimentos. [No entanto], embora tenham sido coletados os alimentos e o suco, ainda existe a possibilidade do envenenamento por outra via”, disse o delegado Carlos Alfama.
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A polícia revelou que as visitas da mulher à família do ex-namorado eram frequentes e ele ficava incomodado com a situação, pedindo até que diminuísse as idas ao local.
O Portal Dia não conseguiu contato com a defesa da suspeita até a divulgação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Término, ameaças e perseguição
Durante as investigações a polícia descobriu que a mulher não aceitava bem o término do relacionamento, pois estava ameaçando e perseguindo o ex.
Segundo o delegado Carlos Alfama, desde julho a advogada fazia ameaças ao ex. Tudo começou uma semana antes do término, quando a relação já estava desgastada.
Informações apontam que ela usava seis perfis falsos em redes sociais para praticar o crime. Além disso, ela também fazia ameaças por telefone, usando modificador de números.
A apuração revelou que mais de 100 números diferentes ligavam para o ex-namorado para fazer as ameaças, e as ligações também se estendiam aos familiares.
O filho de Leonardo então procurou a Delegacia de Crimes Cibernéticos para denunciar o caso, que começou a ser investigado. As apurações revelaram que o número original cadastrado para fazer as ameaças era do irmão da suspeita e o e-mail para recuperação era dela.
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Conforme o delegado, nas ameaças a mulher falava que mataria a família do ex e tentava tirar o foco de si mesma.
“Em uma das mensagens ela dizia assim: ‘depois não adianta chorar em cima do sangue deles’… Para tirar o foco dela, também mandava mensagens como ‘Eu vou matar você e sua namoradinha’.”, contou o delegado.
Questionada pela polícia sobre os crimes, ela negou o envenenamento e também negou que tenha criado perfis falsos para fazer as ameaças.
Inicialmente, ela deve responder pelos crimes de duplo homicídio duplamente qualificado e deve permanecer presa temporariamente por 30 dias, até a conclusão do inquérito.
Outros crimes
Após a veiculação da imagem da advogada, a polícia tomou conhecimento de outros possíveis crimes praticados por ela em Goiás e outros estados brasileiros.
A polícia revelou que há registros criminais contra ela em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Os mesmos já foram solicitados às devidas autoridades.
Além disso, também foi descoberto um esquema de aliciamento sexual de menores na cidade onde ela morava, Itumbiara.
Informações apontam também que ela já teria forjado outras gravidezes para extorquir vítimas. Há suspeita, também, que o exame apresentado por ela à família de Leonardo seja falso, uma vez que novos exames comprovaram que ela não está grávida.