Neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) divulgou dados importantes relacionados à doença, em Goiás.
A data foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem como objetivo diminuir as infecções entre a população.
Aids em Goiás
De acordo com o boletim de ISTs da Secretaria, de 2018 até 2023, morreram no estado 1.718 pessoas pela doença, sendo mais da metade jovens do sexo masculino. No mesmo período, foram registradas 9.850 notificações de HIV, das quais cerca de 8 mil em homens de 20 a 49 anos.
Em Goiânia, apesar de ter apresentado redução nos últimos anos, a aids ainda mata uma média de cerca de 80 pessoas por ano e infecta outras 400 no município. Além disso, cerca de seis mil pessoas vivem com HIV na capital.
A grande maioria, ou seja, 85% dos casos, é do sexo masculino, sendo que 54% têm entre 20 e 29 anos, seguida da faixa etária de 30 a 39 anos.
No que diz respeito à escolaridade em Goiânia, a infecção pelo HIV foi notavelmente mais elevada em pessoas com ensino médio completo. No ano de 2020, foram notificados 446 novos casos, dos quais 171 pessoas possuíam ensino médio completo (38,3%), enquanto 103 (23,1%) ocupavam o segundo lugar, apresentando ensino superior completo.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Yves Mauro Ternes, a faixa etária em pessoas infectadas do sexo masculino tem se mantido, ao contrário das mulheres.
“Conforme as informações técnicas dos casos de HIV e Aids em adultos, residentes no município de Goiânia, as notificações de infecção pelo HIV em pessoas do sexo masculino se mantiveram com o mesmo perfil de faixa etária. Já no sexo feminino, mudou um pouco. Em 2016, por exemplo, o maior número de casos se concentrava na faixa etária de 30 a 39 anos, já em 2020 a maioria tinha entre 40 e 49 anos”.
Transmissão e prevenção
O contágio da doença pode ocorrer de diversas formas, como:
- Via transfusão de sangue contaminado;
- Relações sexuais sem uso de preservativo, incluindo sexo vaginal, oral e anal;
- Maternidade – quando a mãe é soropositiva, pode passar para o filho durante a gravidez, amamentação ou até mesmo no parto;
- Compartilhamento de instrumentos perfurocortantes sem esterilização, como, por exemplo, alicates de unha, espátula ou seringas.
A melhor forma de prevenção continua sendo o uso de preservativo desde o início da relação sexual. Além disso, outras orientações incluem o não compartilhamento de agulhas ou dispositivos para injeção de drogas e realização de exames.
Outras formas de prevenção ao HIV disponíveis em Goiás é a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) à infecção pelo HIV, feita com uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus, reduzindo a probabilidade da infecção. Esse método é usado exclusivamente por pessoas não infectadas. Para o paciente ser elegível, são avaliados fatores como existência de múltiplos parceiros ou parceiras, uso inconstante ou não uso de preservativo nas relações sexuais.
Já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao vírus do HIV, ISTs e hepatites virais consiste no uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas já expostas a riscos, como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem uso de camisinha ou com o seu rompimento) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).