Um professor de educação física, de 34 anos, se tornou réu pela prática de crimes sexuais contra alunos de uma escola em Anápolis, a cerca de 55 km de Goiânia.
Uma série de denúncias do Ministério Público de Goiás (MPGO) foram recebidas pela Justiça em Anápolis nesta semana. Até o momento, 25 vítimas foram identificadas.
Denúncias
Conforme decisão da promotora de Justiça Carla Brant Corrêa Sebba Rozir, as denúncias serão desmembradas em grupos de cinco vítimas.
Na primeira denúncia há relatos de cinco adolescentes com idades entre 13 e 17 anos, no período de 2018 a 2023. São meninas e meninos, um deles, inclusive, com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
De acordo com a promotora, o professor ganhava a confiança das vítimas para praticar os atos libidinosos e chegava a mostrar vídeos e fotos pornográficas dele e de pessoas próximas para os alunos.
“Várias condutas de assédio, abuso e violações que teriam sido cometidas pelo acusado, salientando a relação íntima de confiança, amizade e aconselhamento que ele teria desenvolvido com as vítimas em razão de seu trabalho como professor de vôlei na unidade de ensino em Anápolis.”, detalhou o MPGO.
Nestes casos específicos, a promotora relata que o professor praticou reiteradamente atos libidinosos com seus alunos, além de divulgar essas ações e fotos em redes sociais, se postava em fotografias, sempre acompanhado de crianças.
Segundo a promotora, o professor ouvia relatos de alunos e contava as intimidades das meninas para grupinhos de meninos. Além disso, também falava da própria vida sexual, incentivava práticas sexuais e praticava abusos.
Durante as aulas, o homem também fazia massagens e alongamentos nos adolescentes e se aproveitava para esfregar o órgão genital nas vítimas.
As investigações apontam que ele também oferecia carona para os alunos e, em um dos casos, teria feito sexo oral em um aluno de 17 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Em nota, o colégio onde aconteceram os abusos informou que o treinador foi desligado e afastado imediatamente das dependências do colégio, com suspensão de contato com os alunos. (Confira a íntegra no final do texto)
Indenização
O Ministério Público ainda pediu uma indenização no valor de R$ 8 mil para cada uma das vítimas pelos danos morais sofridos.
Segundo explicado por Carla Brant, outras denúncias devem ser oferecidas contra o professor nos próximos dias, abrangendo os outros casos. Além das vítimas já identificadas, a Polícia Civil está apurando outros relatos.
O MP pediu a condenação do professor por crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e corrupção de menores, previstos no Código Penal.
Além disso, deve responder por submissão de criança ou adolescente a vexame ou constrangimento e por divulgar fotos e vídeos com cena de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. O denunciado também é acusado da prática de crime de homofobia.
O réu, que está preso, permanecerá nesta condição até o final do julgamento. As investigações são conduzidas pelo delegado Jorge Fernando dos Santos Bezerra, do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis.
Nota do colégio
“O Colégio Couto Magalhães de Anápolis esclarece as denúncias envolvendo o treinador de vôlei, Pedro Leandro Castro Pereira Araujo, em 31 de agosto. Diante das alegações apresentadas por alguns alunos, a instituição agiu de maneira diligente e imediata para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade escolar.
No dia 31 de agosto, em resposta às acusações, o treinador foi desligado e afastado imediatamente das dependências do colégio, com suspensão de contato com os alunos. Nesse mesmo dia, a Polícia Civil foi prontamente acionada e o colégio colaborou de forma ativa e integral com as investigações.
A Polícia Civil conduziu uma investigação minuciosa, ouvindo testemunhas e coletando evidências. O inquérito foi concluído em 5 de setembro e protocolado junto ao Ministério Público, culminando na prisão de Pedro Leandro Castro Pereira Araujo em 15 de setembro.
Reitera-se o compromisso inabalável do Colégio Couto Magalhães de Anápolis com a segurança e bem-estar da comunidade escolar. A instituição está oferecendo apoio às vítimas e suas famílias, garantindo acompanhamento e acolhimento durante este período desafiador.
A transparência e a cooperação contínua com as autoridades são prioridades para nossa instituição, que permanece dedicada a assegurar que todas as medidas necessárias sejam tomadas para garantir a justiça.”