O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) vai apurar se o prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), suspeito de invadir a casa da ex e atirar mais de 15 vezes, teve uma “rede de apoio” durante o período que estava foragido.
De acordo com o delegado Ramon Queiroz, a Polícia Civil também instaurou um inquérito para investigar se Naçoitan recebeu ajuda após o crime.
O político ficou foragido durante cinco dias e se entregou à polícia na manhã desta quinta-feira (23/11), acompanhado do advogado.
Suposta rede de apoio
De acordo com o promotor Luiz Gustavo Soares Alves, o Ministério Público ainda não tem informações sobre onde o prefeito se escondeu durante o período que era considerado foragido, nem sobre quem supostamente o apoiou.
“Existe preocupação com essa suposta rede de apoio e essas pessoas que supostamente o apoiaram nesses cinco dias de fuga. Isso também precisa ser apurado. É preciso que seja apurado também como a polícia procedeu ao longo desses cinco dias, na busca, na localização do prefeito”, disse o promotor em coletiva após audiência de custódia do suspeito.
Conforme o delegado responsável, a questão também está sendo apurada pela Polícia Civil.
“Se houve favorecimento pessoal, ajuda para que o prefeito fugisse ou permanecesse desaparecido até o momento de sua apresentação, isso será objeto de investigação em autos apartados pela Polícia Civil”.
Ainda segundo o delegado, além da tentativa de feminicídio e homicídio cometidos contra a ex-mulher e o namorado dela, Naçoitan também deve ser indiciado por fraude processual e porte de arma e fogo de uso restrito.
Depoimento do prefeito de Iporá
Em depoimento aos policiais, Naçoitan teria demonstrado arrependimento e alegou que não se lembrava de ter ido a casa da ex no último dia 18, quando aconteceu o tiroteio.
“Ele não se lembra de ir até a casa da ex-namorada, ele afirmou que está fazendo o uso de remédios, passou por uma cirurgia no estômago, o que causou ainda mais a perca de memória”, relatou o delegado.
Naçoitan passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (23), quando a prisão preventiva foi mantida.
Em nota, a defesa do gestor informou que aguarda o julgamento do habeas corpus e que a prisão preventiva, no caso, é desnecessária, ainda mais por ele ter se entregado.
Relembre
O crime aconteceu no último sábado (18/11), quando o prefeito foi até a casa da ex-esposa, invadiu e atirou cerca de 15 vezes contra ela e o namorado.
Em relatos à polícia, a mulher contou que teve um relacionamento de 15 anos com o prefeito, mas separaram há cerca de dois meses. O crime teria sido cometido porque ele não aceitava o término da relação.
De acordo com a polícia, o homem chegou de caminhonete na casa da ex por volta de 1h da madrugada. Ele então estacionou, verificou se tinha alguém no imóvel, voltou para o carro, derrubou o portão e invadiu a casa.
Em seguida, conforme relatos da vítima, ele teria ido em direção ao quarto, gritado seu nome e atirado diversas vezes na porta do quarto onde dormia. Ele teria usado duas armas de fogo.