Uma coordenadora de plano de saúde foi presa em flagrante nesta terça-feira (31/10), em Goiânia, após denúncias de que a unidade estava deixando de prestar assistência médica para pessoas portadoras do espectro autista.
Para as investigações, um computador da mulher foi apreendido para que seja feito a análise das demandas dos atendimentos.
Coordenadora de plano de saúde
A unidade em que a mulher foi presa fica localizada no Setor Bueno e conforme o delegado Humberto Teófilo, uma mãe de uma criança de 5 anos relatou que a filha estava regredindo no tratamento e que já estava perdendo a fala.
“Uma das mães hoje me ligou dizendo que estava há mais de seis meses sem um fonoaudiólogo, que a filha estava regredindo, perdendo a fala, e novamente deixou de ter assistência ambulatorial. Eu fui até lá, encontrei com a coordenadora e ela disse que não tem como fazer nada, que não tinha como ajudar, que isso acontece com várias crianças. Foi neste momento que eu dei a voz de prisão em flagrante para a coordenadora”.
O delegado informou ainda que coordenadora alegou que não tinha vagas e nem profissionais para atender a criança, além disso, o investigador relatou que ao menos 70 crianças autistas não estavam conseguindo dar continuidade no tratamento.
Contra o plano de saúde já existe uma decisão liminar emitido pelo Tribunal de Justiça de Goiás em julho deste ano, no qual exige que seja fornecido os serviços contratados e necessários, de forma efetiva e comprovadamente, através de profissionais qualificados, para auxiliar no diagnóstico e tratamento de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), de modo que não haja filas de espera e os acompanhamentos sejam seguidos conforme prescrição médica.
A equipe de reportagem entrou em contato com o plano de saúde, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.