Um dos policiais condenados pela morte do adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, fugiu do presídio militar onde cumpria pena, na última sexta-feira (20/10).
O policial pegou 23 anos e 4 meses de reclusão e 8 meses de detenção por homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado simples, cometido contra o pai do adolescente, e fraude processual. Além disso, segundo o Ministério Público (MP), o policial já responde a outros processos da mesma natureza.
Buscas por PM condenado por matar adolescente
De acordo com a Polícia Militar (PM), o policial cumpria pena em um presídio militar, “mas não retornou após o expediente administrativo ao final do trabalho que desempenhava, a título de remissão, em outra unidade militar Comando de Missões Especiais (CME).”. Desde então, a polícia faz buscas para tentar localizá-lo. (Confira a nota abaixo)
O policial foi condenado no final de junho deste ano, cerca de seis anos após o crime. Outros dois policiais também foram condenados, porém a uma pena menor, que totaliza 10 anos de reclusão. Eles recorrem em liberdade.
Relembre o caso
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▪️ O crime aconteceu no dia 17 de abril de 2017, quando os policiais invadiram a casa da família sem identificação adequada, alegando investigação de posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
▪️ Os policiais teriam desligado o relógio de energia para invadir a residência da família. Quando as luzes da casa foram apagadas, Robertinho e o pai foram ver o que tinha acontecido.
▪️ Os policiais, sem se identificar, pediram para abrir o portão, mas ele se recusou. Neste momento, segundo a madrasta do estudante, os policias atiraram.
▪️ Durante a ação, os PMs dispararam diversas vezes, atingindo o adolescente com mais de dez tiros e seu pai com cinco.
▪️ Robertinho não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Já o pai dele foi levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e recebeu alta dias depois. Entretanto, ele ainda tem projéteis que não foram retirados do corpo.
▪️ À época, o pai de Robertinho tinha comprado uma arma, pois a família tinha sido vítima de um assalto há três meses. Eles foram feitos reféns e tiveram o carro roubado.
▪️ Os policiais envolvidos sempre alegaram que agiram em legítima defesa. Além disso, eles informaram que receberam denúncias que na casa das vítimas funcionava um ponto de tráfico de drogas.
Polícia Militar
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Considerando o pedido de nota sobre a fuga de um policial militar, a Polícia Militar de Goiás informa o seguinte:
O policial em questão estava cumprindo pena em um presídio militar, mas não retornou após o expediente administrativo ao final do trabalho que desempenhava, a título de remissão, em outra unidade militar Comando de Missões Especiais (CME).
Assim que sua ausência foi identificada, todas as medidas necessárias foram tomadas para localizá-lo, incluindo a abertura de procedimentos administrativos e criminais pelo Comando de Correições e Disciplina da PMGO. Estes procedimentos têm como objetivo averiguar as circunstâncias em que ocorreu a fuga.
A Polícia Militar de Goiás reitera seu compromisso em não tolerar qualquer desvio de conduta e colabora plenamente com a justiça.