O casal acusado de abusar sexualmente de fiéis em Anápolis se entregaram à Polícia Civil. O homem que se apresentava como líder religioso foi preso na última sexta-feira (20/10) e a mulher nesta segunda-feira (23/10).
Segundo a PC, o homem dizia ‘incorporar anjos’ para praticar os abusos e a mulher falava para as vítimas aceitarem os pedidos do esposo.
O Portal Dia não localizou a defesa dos investigados até a última atualização desta matéria.
Casal acusado de abusar sexualmente de fiéis estava foragido
A mulher, que estava foragida com o marido, foi presa após se entregar na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis. Conforme as investigações, a mulher sabia que o marido praticava os abusos e estava presente durante os crimes.
“Ela não praticava ativamente os atos, mas sempre estava lá presente quando eles aconteciam. Apoiava o marido, dizia para as vítimas cumprirem as ordens dele”, disse a advogada responsável pelo caso, Isabella Joy Lima.
A polícia relatou que o homem escolhia vítimas que estavam passando por algum problema emocional ou até mesmo uma enfermidade. Sendo assim, o homem iniciava uma espécie de “campanha de oração” e a pessoa tinha que participar de várias sessões de oração onde, segundo o criminoso, as mulheres encontrariam com o anjo “incorporado”.
Durante esses encontros, o homem falava para as vítimas que o anjo poderia ajudar a resolver os problemas, mas que era preciso que as vítimas aceitassem as ordens do líder, momento em que os abusos eram praticados.
O homem também filmava os abusos para utilizar as imagens como forma de ameaças para as vítimas que se recusavam a continuar com as campanhas.
As vítimas ainda relataram para a polícia que o homem mantinha um grupo de conversas no WhatsApp com os fiéis.
Vítimas
Uma das vítimas informou aos investigadores que frequenta a igreja do líder religioso há 8 anos e foi abusada pela primeira vez em 2022. A mulher disse que o homem pedia fotos íntimas, alegando que fazia parte da campanha para que ela conseguisse ter sucesso na vida.
Segundo a mulher, o líder religioso disse que ele “incorporou um anjo” após um culto de libertação e que ele informou que ela seria amaldiçoada caso contasse para alguém sobre os pedidos dele. A mulher afirmou que a esposa do acusado presenciou o abuso e mandou que ela não negasse os pedidos realizados pelo marido, que incluíam até masturbação. Os crimes ocorreram em um quarto de oração da igreja e também em uma casa.
Já outra vítima informou para a polícia que frequentou a igreja por 5 anos e o líder religioso falou que ela precisava fazer a campanha porque o marido da vítima estava com um problema. A mulher relatou que durante os abusos ela tentou empurrar o acusado, mas ele pediu que ela continuasse a campanha e que não deveria contar para ninguém porque as pessoas não entenderiam.
A polícia acredita que os crimes acontecem há mais de uma década, já que uma das vítimas identificadas foi abusada em 2013. O casal deve responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro.