A Polícia Civil de Goiás (PCGO) já identificou ao menos nove vítimas do casal que abusava de fiéis em Anápolis, a 55km de Goiânia. Para cometer o crime, o homem dizia que “incorporava anjos”.
Em relatos, as vítimas relatam momentos perturbadores que viveram com os suspeitos. Algumas, foram abusadas mais de uma vez.
Incorporação de anjos
De acordo com as investigações, o homem buscava vítimas que estavam passando por enfermidades ou problemas emocionais, desta forma, ficavam mais fragilizadas e vulneráveis, tornando-se alvos mais fáceis.
A partir disso, ele dizia que precisava fazer uma “campanha de oração”, e a vítima teria que participar de diversas sessões e ele “incorporaria um anjo” para resolver os problemas.
Nos encontros, o homem, dizendo estar incorporado, falava que poderia conceder os desejos das vítimas, desde que elas aceitassem a cumprissem as ordens. A artimanha era usada para cometer os abusos.
Relatos das vítimas
Em relatos à polícia, uma das vítimas disse que foi abusada mais de uma vez, inclusive na presença da esposa do suspeito. Ela frequentava a igreja há oito anos a igreja que o homem liderava.
O primeiro abuso com ela teria acontecido no ano passado, quando o pastor pediu fotos íntimas durante uma “campanha para ter sucesso na vida”. Ele alegou que, através dele, os anjos a ajudariam.
Além disso, ela contou que o homem teria “incorporado um anjo” após um culto de libertação e dito que ela seria “amaldiçoada” caso contasse para alguém sobre os pedidos dele.
O homem teria, ainda, passado as mãos nas partes íntimas dela, colocado a boca em seus seios e a beijado. Ele também teria falado sobre masturbação. Conforme relatos da vítima, a mulher do suspeito teria presenciado os abusos e ordenado que ela não negasse os pedidos do marido.
Em um segundo momento, em dezembro do ano passado, o homem novamente teria “incorporado” e, segundo a vítima, a tocado pedindo que ela não contasse nada para o marido. Em uma terceira vez, o homem teve conjunção carnal com a vítima e, segundo ela, a esposa dele estava presente.
Os crimes teriam acontecido em um local denominado “quarto de oração” na igreja e em uma casa.
A vítima ainda descreveu um quarto abuso, onde o homem chegou a dizer que não poderia usar preservativo, pois o “anjo” não aceitava. Posteriormente, o homem disse à vítima que não ia continuar a “campanha”, pois estava tendo sentimentos por ela.
Depois, o homem continuou ligando para a vítima, pedindo que ela se tocasse para ele assistir. Quando ela disse que não participaria mais, o suspeito teria divulgado fotos íntimas dela no grupo da igreja.
Uma outra vítima contou a polícia que frequentou a igreja por cinco anos e ele disse que ela precisava fazer uma “campanha espiritual” para o marido, pois ele estava com um problema.
No primeiro dia da suposta “campanha”, o homem pediu que a mulher descrevesse o que ela gostaria que o marido fizesse com ela na cama. No segundo, ele tocou as parte íntimas dela, colocou a boca em seus seios e a obrigou a colocar a mão nos órgãos genitais dele.
Diante dos fatos, o casal deve responder pelo crime de violação sexual mediante fraude e o homem ainda por estupro.
Foragidos
Vanderlei de Oliveira e a esposa dele, Maria de Lurdes dos Santos Oliveira, tiveram a prisão preventiva decretada na semana passada, mas encontram-se foragidos.
Informações sobre o paradeiro de ambos ou quiser denunciar que sofreu algum abuso, podem ser repassadas à polícia pelo 197. Também estão disponíveis os telefones: (62) 3328-2731 e (62) 9 8531-0086.
A divulgação da imagem e identificação do preso foi precedida nos termos da Lei nº. 13.869/2019 e Despacho do Delegado de Polícia responsável, tendo em vista o interesse público em fomentar a colaboração de testemunhas.