Uma clínica de reabilitação clandestina foi interditada nesta segunda-feira (16/10) pela Polícia Civil após denúncias de maus-tratos e torturas contra os internos, em Aparecida de Goiânia.
As investigações apontaram que os internos viviam em condições desumanas e eram agredidos constantemente.
Clínica de reabilitação atendia 75 internos
A clínica que fica localizada no Setor Jardim das Cascatas, tinha 75 internos do sexo masculino e entre eles maiores e menores de idade. Mesmo com as irregularidades que ficaram constatadas no local, o proprietário recebia R$ 1,2 mil por mês pelas internações.
Durante a fiscalização, a polícia constatou que a água utilizada para o consumo e banho, era retirada de um córrego através de uma bomba. Além disso, vários internos ainda relataram que eram agredidos com pedaços de ferro.
“Eles tomavam água de um córrego sem tratamento. Havia uma bomba nesse córrego e eles tinham queixas de diarreia, vômito. Vários deles disseram que foram agredidos, espancados”, disse o delegado responsável pelo caso, Antônio André Santos Júnior.
A polícia relatou que no momento que a corporação entrou no local, havia um interno dentro da piscina cheia de lodo, que informou aos policiais que estava de castigo.
Condições precárias
Além das torturas, os internos contaram que precisavam dividir um banheiro com 44 pessoas e que as necessidades básicas precisavam ser feitas dentro de um balde.
“Nos medicam e colocam dentro da piscina, para ficar limpando a piscina. Quando o remédio fazia efeito, colocavam a gente no sol. Levavam no quartinho de cima, ali era pau”, relatou um dos internos.
O proprietário do estabelecimento não estava no local e por isso não foi foi autuado em flagrante, mas deve responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos . Todos os internos foram encaminhamos para os seus responsáveis e a clínica clandestina permanecerá interditada.