Os corpos de dois brasileiros que estavam em uma rave durante conflito em Israel foram encontrados nesta terça-feira (10/10). Bruna Valeanu e Raani Glazer, ambos de 24 anos, participam de uma edição da rave Universo Paralello perto da fronteira com a Faixa de Gaza.
Na ocasião, um grupo extremista do Hamas invadiu o local e aos menos 260 corpos foram encontrados no local.
Conflito em Israel deixa dezenas de mortos
Bruna era do Rio de Janeiro e se mudou para Israel no ano de 2015 e atualmente estava estudando Comunicação e Sociologia/Antropologia na Universidade de Tel Aviv. Além disso, ela também foi instrutora de tiros das Forças de Defesa de Israel, entre os anos de 2018 e 2020.
A família da jovem informou que ela entrou em contato com os familiares no último sábado (7/10), dia do ataque, por volta das 9h. Bruna chegou a dizer que viu disparos e mortes por sua volta. Após a jovem ficar desaparecida, a irmã de Bruna declarou que torcia para que a jovem estivesse refém e mantida viva.
“Sendo muito sincera, a minha melhor esperança é que ela tenha sido sequestrada. Porque se não, eu acho que é isso, ela não sobreviveu”, disse.
Ranani Glazer é natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e chegou a postar em suas redes sociais sobre o bombardeio em bunker e ele vivia em Israel há aproximadamente sete anos e residia em Tel Aviv. O jovem havia terminado recentemente o tempo de serviço militar que é obrigatório no país e atualmente estava trabalhando como entregador.
Durante o festival, Glazer estava com a namorada, que resistiu aos ataques e lamentou a morte do jovem.
“Você é um ser cheio de luz e eu não sou a primeira pessoa a te dizer isso, você sempre soube da sua luz, da sua energia e do seu potencial, e você nunca falhou e trazer essa vibe maravilhosa junto com você”, declarou.
Além dos dois que tiveram as mortes confirmadas, outra brasileira, Karla Stelzer, de 41 anos, que tem nacionalidade israelense, também estava no festival e até o momento permanece desaparecida. Ela estava acompanhada do namorado Gabi Azulay, que também não foi mais visto desde o ataque.
Os demais participantes que estavam na rave tiveram que correr pelo deserto para escapar das bombas e tiros.
Em nota, o Itamaraty, governo brasileiro, lamentou a morte dos dois brasileiros e ressaltou que repudia qualquer ato de violência, sobretudo contra civis.
Festival Universo Paralello
A rave que acontecia na região do Kibutz Re’Im, era a primeira edição em Israel do festival de música eletrônica “Universo Paralello”, criado há 23 anos no Brasil pelos pais do DJ Alok. O pai do artista goiano, Juarez Petrillo, estava no festival e também iria se apresentar.
O Dj Alok postou em suas redes sociais na manhã desta terça-feira e se emocionou ao relatar que o pai sobreviveu ao ataque e conseguiu deixar ao país. Alok ainda desabafou ao afirmar que o pai não era o organizador do evento.
“Meu pai toca, é DJ, então está sempre viajando pelo mundo, eu também. Ele não sabe onde eu estou, também não sei onde ele está. Eu até queria ter mais convívio com meu pai […]. Meu pai está bem, seguro. Tudo o que eu quero agora é abraçar ele, acolher ele. Mas, infelizmente, muitas pessoas não vão poder fazer isso”, emocionou Alok.
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Mortos e reféns
Aproximadamente mais de 100 mil soldados israelenses cerca a Faixa de Gaza, após o bombardeio enviado pelo grupo Hamas e a guerra entrou no quarto dia. Até o momento, já foram encontrados cerca de 1,5 mil mortos. Já em relação aos feridos passa de 4,5 mil.
O ataque surpresa do Hamas enviou à Israel 5 mil foguetes e conforme o governo, foram 2 mil disparos. Durante o ataque houve a infiltração de homens armados em cidades israelenses por terra, mar e ar, além de alguns terem usado parapentes. Hamas alegou que o ataque é para tratar a retomada do território.