Israel foi bombardeado por mais de 2 mil foguetes em um ataque surpresa e de grande escala coordenado pelo grupo palestino Hamas, neste sábado (7/10).
Segundo as Forças Armadas de Israel, a ofensiva combinou a infiltração de homens armados em cidades israelenses por terra, mar e ar, alguns com a ajuda de parapentes.
Até o momento, ao menos 200 pessoas morreram e mais de 770 ficaram feridas. A ação é considerada uma das maiores ofensivas contra o país nos últimos anos.
Ao reivindicar a ofensiva, o Hamas afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território.
Guerra em Israel
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra após o Hamas lançar o ataque. Em vídeo, Netanyahu disse que o grupo extremista que controla a Faixa de Gaza “pagará um preço sem precedentes”.
“Estamos em guerra. Não numa operação, não em rondas, em guerra […] O inimigo pagará um preço sem precedentes. Enquanto isso, apelo aos cidadãos de Israel para que cumpram estritamente as diretrizes das Forças de Defesa de Israel e do Comando da Frente Interna. Estamos em guerra e vamos vencer”, declarou o primeiro-ministro.
Com os ataques, a polícia israelense implementou uma proibição que impede os palestinos de atravessar os postos de controle da Cisjordânia em direção a Jerusalém.
A decisão foi alvo de críticas por parte dos palestinos, que consideram que essas restrições à liberdade de movimento são vexatórias.
Por outro lado, Israel argumenta que essa medida é uma ferramenta essencial para combater incursões militantes e ataques terroristas.
Como começou o conflito
O conflito entre Israel e Palestina já dura décadas atrás. Sua origem na forma moderna pode ser rastreada em 1947, quando as Nações Unidas propuseram a divisão da Palestina, que estava sob o mandato britânico, em dois Estados – um judeu e outro árabe. A proposta foi aceita pelos líderes judeus, mas rejeitada pelo lado árabe.
Com a retirada das autoridades britânicas e a proclamação do Estado de Israel pelos líderes judeus no ano seguinte, o conflito se intensificou, resultando na Guerra árabe-israelense de 1948, o que provocou grande revolta entre os palestinos.
Ao longo dos anos, o conflito se agravou ainda mais, incluindo a Guerra dos Seis Dias em 1967, na qual Israel conquistou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, da qual se retirou em 2005, mas é controlada pelo Hamas desde 2007. Nesse período, meio milhão de palestinos fugiram.
O último conflito entre Israel e Hamas foi em 2021, em uma guerra de 10 dias.
O que é o Hamas?
O Hamas é considerada a maior organização islâmica ativa em territórios palestinos atualmente. Ele é classificado como um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outras nações.
Seu nome em árabe, que é um acrônimo para “Movimento de Resistência Islâmica”, surgiu em 1987, no meio do início da primeira intifada palestina, que ocorreu como resposta à ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.