Os servidores da Educação de Goiânia realizaram uma assembleia em frente à Câmara Municipal nesta sexta-feira (6/10), e decidiram manter a greve após falta de negociação com o Paço.
Na ocasião, os servidores ainda realizaram uma carreata até o Ministério Público para pedir que o órgão intervenha após servidores da Comurg estarem atuando nos Cmeis que foram afetados pela paralisação.
Servidores da Educação cobram uma negociação da prefeitura
Ao todo, mais de dois mil servidores que atuam em Centos Municipal de Educação Infantil (CMEIs) e em escolas municipais da capital estão em greve. A ação acontece devido a data-base 2023 e pelo novo plano de carreira imposto pela prefeitura.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, alegou que a negociação era para ter sido realizada nesta quinta-feira (5/10), mas que a resposta que recebeu do Paço não apresentou mudanças perante a proposta inicial.
“A greve continuou e vamos buscar uma resposta durante a semana que vem. Acreditamos que agora o diálogo não é mais com o secretário de Finanças e nem com o secretário de Educação. Entendemos que o diálogo tem que ser com o prefeito”, disse Bia.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou por meio de nota que a valorização dos profissionais é uma prioridade da gestão e avalia com responsabilidade fiscal, orçamentária e técnica as demandas apresentadas pelos profissionais administrativos da educação.
Servidores da Comurg suprem desfalque nas unidades de ensino
De acordo com o Sindicato, os servidores que entraram em greve trabalham nas áreas da limpeza, portaria e auxiliar de sala e secretaria. Em nota, o Sintego chegou a comunicar que as crianças do município de Goiânia ficariam sem alimentação, salas e banheiros limpos, sem porteiros e sem auxiliares nas salas devido à greve e principalmente por falta de acordo com a prefeitura.
Com a falta dos profissionais nessas unidades, a prefeitura decidiu então deslocar alguns servidores da Comurg para essas unidades, mas a presidente do Sintego também não concordo com a decisão e protocolou uma ação.
“Para nós é muito séria essa medida que a Prefeitura adotou de colocar o pessoal da Comurg dentro dos CMEis, enquanto a nossa preocupação é com as crianças. São pessoas que não tem experiência com a escola, existe uma questão educativa. Já protocolei uma representação em meu nome junto à deputada Adriana Accorsi por conta dessa situação. O Ministério Público não pode ficar alheiro a isso, a Prefeitura não está garantindo o direito legítimo de ter a revisão salarial conforme a constituição determina”, ponderou.
Nota da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Goiânia informou que a presença dos servidores da Comurg é para que as atividades escolares sejam mantidas afim de que os alunos e as famílias não fiquem prejudicadas.
“A gestão municipal trabalha para garantir atendimento aos estudantes de Goiânia e segue dialogando com os servidores administrativos.
A prioridade, neste cenário, é garantir que as famílias não sejam prejudicadas. O remanejamento legal de servidores operacionais, quando necessário, para ocupações operacionais em escolas e Cmeis contribui com a garantia do direito essencial à educação.
Além de atrasar o ano letivo, a paralisação pode interferir no processo de ensino-aprendizagem no momento em que os estudantes estão recuperando as aprendizagens perdidas na pandemia.
Propostas apresentadas pela categoria estão sendo avaliadas com responsabilidade fiscal, uma vez que Goiânia, assim como todos os municípios brasileiros, apresentou queda de repasses federais”.