O assunto da doação de órgãos ganhou destaque na mídia nacional nas últimas semanas, principalmente devido ao transplante de coração realizado pelo apresentador Fausto Silva.
Atualmente, o Brasil mantém o maior programa público de transplantes de órgãos, tecidos e células do mundo. Além disso, é considerado o 2º maior transplantador da terra, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
O rim é o órgão mais transplantado entre os pacientes, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Somente no primeiro semestre deste ano, foram realizados 2.847 transplantes de rim, seguidos de 1.103 transplantes de fígado e 208 de coração.
Em Goiás, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), há 2.023 pessoas aguardando por um transplante, e desse total, 412 estão na fila para receber um rim.
- Esperança: Após transplante de coração, Faustão agradece família de doador: “chance de viver de novo”
Doação de órgãos
A doação de órgãos representa uma decisão que pode ser tomada em vida, bastando comunicar essa escolha aos familiares e às pessoas mais próximas. O gesto, muitas vezes, pode ser a única esperança de sobrevivência ou uma chance de um novo começo para aqueles que dependem de um transplante para continuar vivendo.
Órgãos como rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, válvulas cardíacas, bem como tecidos como pele, ossos e tendões, podem ser doados. Com essa generosa decisão, diversos indivíduos podem ser beneficiados com os órgãos e tecidos provenientes de um único doador.
Um doador vivo pode ser qualquer pessoa em boa saúde que concorde com a doação, desde que isso não afete adversamente sua própria saúde e haja compatibilidade com o receptor do órgão. Doadores vivos podem ceder um dos rins, uma parte do fígado, uma parte da medula óssea ou uma parte do pulmão.
De acordo com a legislação, os pais até o quarto grau, como pais, filhos, irmãos, avós, netos, tios e primos, bem como cônjuges, têm a permissão legal para serem doadores em vida. No caso de doadores não relacionados por parentesco, a doação só é permitida mediante autorização judicial.
Os doadores falecidos geralmente são pacientes com morte cerebral, frequentemente vítimas de eventos graves, como traumatismos cranianos severos ou acidentes vasculares cerebrais extensos. Eles podem doar órgãos e tecidos, mas isso requer autorização de parentes de até segundo grau.
Infelizmente, existe um grande número de doadores em morte cerebral cujas ações não se concretizaram, resultando na impossibilidade de muitas pessoas serem beneficiadas por esse procedimento tão importante.
- Solidariedade: Menino de 2 anos tem morte cerebral após afogamento e família autoriza doação de órgãos
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock, existe uma série de etapas entre a retirada do órgão do doador até o transplante, principalmente analisar a compatibilidade de quem está doando e quem irá receber.
“O papel do médico patologista também é fundamental para definir, em muitos casos de transplante, se o órgão está viável para ser transplantado e se está em pleno funcionamento para desenvolver sua função em um novo organismo”, afirma o presidente da SBP.
Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados são destinados a pacientes que estão na lista de espera para transplantes, que é gerenciada pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e supervisionada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
A decisão sobre qual paciente receberá os órgãos depende de uma série de critérios, como compatibilidade, idade, condições de saúde subjacentes, grau de urgência e é determinada após avaliação da equipe médica, sempre em consulta com o receptor.