Familiares dos goianos relatam que as vítimas fatais da queda de avião não eram somente apaixonados pela prática da atividade, mas sim pela família e bastante queridos em suas regiões.
Conforme eles, alguns tinham sonhos incomuns, como é o caso do morador de Anápolis, que pedia aos parentes que as cinzas fossem despejadas em um rio, desejo que foi atendido pelos filhos.
Homenagens aos goianos vítimas do acidente
Como forma de homenagem, o filho do Renato Souza, morador de Jataí, afirmou que as cinzas do pai serão jogadas em um rio, pois a sua vontade era que fossem despejadas em qualquer lugar de água corrente.
“Meu pai tinha uma vontade que já era explícita para toda família. Ele tinha vontade de ser cremado e ter as cinzas jogadas em qualquer água corrente, e assim nós vamos fazer. Estamos em negociação para cremar e trazer ele de volta, para prestar as homenagens que ele merece”, ressaltou
Já o empresário Fábio Campos Assim, morador de Anápolis, foi homenageado nas redes sociais como um pai exemplar e marido dedicado.
“Você foi e sempre será o melhor pai do mundo. Te amarei eternamente. […]. Foi um grande homem, um marido dedicado, um pai exemplar e o melhor sogro. Vou sempre lembrar de você assim, festejando a vida, curtindo os bons momentos, sorrindo sem motivo e buscando sempre união”, relatou os familiares.
Gilcrésio, dono da Pousa Serra da Mesa, era bastante conhecido na região e o perfil da empresa lamentou o ocorrido.
“Gil será eternamente lembrado por todos que o conheceram. Foi um homem de um coração único, simpático e receptivo com todos que puderam passar pela Pousada e com toda certeza nunca será esquecido”, lamentou.
Por sua vez, o agropecuarista Witter, residia em Uruaçu e atuava no cultivo de soja há mais de 20 anos em Goiás. Em uma publicação nas redes sociais no ano de 2020, ele afirmou que amava a profissão e sempre sonhou em seguir no ramo do agro.
“Eu sou filho de pequeno produtor rural, nasci e fui criado na roça, esse mundo me apaixonou. Eu ingressei no agro com um sonho bem menor, hoje consegui bem mais do que eu imaginava”, destacou.
Outras vítimas
O copiloto Fernando Luiz Galvão Bezerra, de 31 anos, realizou o desejo de voar ao lado do pai, que era considerado a sua maior inspiração na profissional. A madrasta de Fernando afirmou que desde a adolescência ele tinha como desejo ingressar na mesma área que o pai.
“Quando ele tinha 18 anos, trouxemos ele para Manaus para que ele estudasse, fizesse o curso de piloto, seguisse a profissão do pai. O pai dele é piloto e os dois voavam juntos. Era a coisa mais linda do mundo. Foi a realização de um sonho”, relembrou
O pai e filho compartilhavam o mesmo nome e, o piloto, era conhecido como Fernandinho.
Confira as demais vítimas:
- Euri Paulo dos Santos – dono da Moderna Empreendimentos e Serviços e diretor da Ensel Engenharia e Serviços Especiais (MG);
- Fábio Ribeiro, empresário e ex-executivo do Grupo Algar (MG);
- Guilherme Boaventura Rabelo – diretor da GJB Engenharia e Empreendimentos Ltda (MG);
- Hamilton Alves Reis – diretor de vendas e marketing da Algar Tech (MG);
- Heudes Freitas – ex-funcionário da Algar e diretor da Terra Engenharia Fundações e Sondagens (MG);
- Luiz Carlos Cavalcante Garcia – ex-funcionário da Algar e diretor do Cajubá Country Clube (MG);
- Roland Montenegro Costa – médido cirurgião-geral do Hospital de Base em Brasília (DF);
- Leandro Souza – piloto;
- Fernando Galvão – copiloto.
Translado dos goianos
A aeronave do Serviço Aéreo do Estado de Goiás (Saeg), que foi até Manaus para realizar o translado do corpo dos goianos, deve chegar no estado por volta das 21h30 desta segunda-feira (18/9).
Conforme a divulgação do governo, o avião decolou da capital amazonense às 16h30 e o envio do translado foi autorizado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Segundo o governo, estão sendo transportados somente o corpo dos goianos, Marcos de Castro, Renato Souza e Witter Ferreira. Já os corpos de Gilcresio Salvador e Fabio Campos de Assis, estão sendo levados para Brasília por uma empresa de táxi aéreo, mas depois a Saeg irá se deslocar até a capital federal para realizar o transporte do corpo dos outros goianos.
Queda de avião no AM
O acidente aconteceu no último sábado (16/9) e a Defesa Civil alega que durante a tragédia chovia bastante, mas até o momento a causa da queda da aeronave ainda não foi confirmada. Ao menos 14 pessoas estavam na tripulação, entre os passageiros, copiloto e o copiloto.
Os goianos foram identificados como Gilcrésio Salvador Medeiros, dono de uma pousada em Niquelândia; Marcos de Castro Zica, engenheiro agrônomo e empresário morador de Uruaçu; Fábio Campos Assis, empresário e morador de Anápolis; Witter Ferreira De Faria, empresário no ramo do agronegócio em Uruaçu; e Renato Souza de Assis, aposentado e natural de Jataí.
Investigação
A Força Aérea está responsável pela investigação da queda do avião e em nota confirmou que os investigadores do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados.
Conforme a Defesa Civil, o acidente pode ter sido provocado devido às péssimas condições climáticas, no qual outras duas aeronaves decidiram retornar para Manaus, mas o piloto optou por tentar o pouso.
Até o momento ainda não foi divulgado quando o relatório deve pronto e as autoridades continuam trabalhando no caso.