Dez pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil (PC) por suspeitas de envolvimento em esquema de fraudes e corrupção na fila de cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Investigações apontam que o grupo era composto por agentes públicos e particulares que atuavam em diversos municípios do estado de Goiás, inclusive na capital.
Entenda o caso de fraudes na fila de cirurgias estéticas no SUS
A “Operação Hipócrates” foi deflagrada em fevereiro deste ano, mas a conclusão do inquérito com o indiciamento dos envolvidos aconteceu nesta quinta-feira (31/8).
Conforme apontam as apurações, o esquema consistia em fraudes no sistema de regulação médica estadual, especialmente em procedimentos estéticos, que ocasionaram ocupação indevida na fila e sobrecarga no serviço.
O objetivo era possibilitar a realização de cirurgias em pessoas fora os critérios exigidos para a realização do procedimento.
Além disso, a polícia também verificou que algumas pessoas que fizeram os procedimentos pagaram propina para intermediários e operadores do sistema de regulação médica.
De acordo com a Polícia Civil, apenas um dos envolvidos teria sido o responsável por realizar quase 2 mil inserções no sistema do SUS nos últimos seis meses do ano passado.
Também foi verificado que o grupo criminoso não atuava apenas no sistema de regulação, mas também em outros sistemas de outras unidades de saúde, havendo, inclusive, casos de compras de senhas para acesso indevido.
Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação e posse de apetrechos para falsificação.
O inquérito, que tem mais de 15 mil páginas, agora segue para o Poder Judiciário para responsabilização dos envolvidos.